Várias tentativas para identificar e punir os autores do assassinato de Almir José Solarewicz já foram feitas, desde a morte ocorrida no dia 20 de setembro de 2.000, mas as investigações não tiveram continuidade e somente Otaviano Sérgio Carvalho de Macedo, o “Serginho”, foi apontado como autor da execução. Até mesmo o Tribunal de Justiça já concluiu que o assassinato está ligado ao crime organizado.
“Os autos retratam crime de morte pura e simples execução, com tiros de misericórdia quando a vítima já se encontrava caída, atingida por vários outros disparos em meio a um enredo de crime organizado, tanto assim que o promotor de Justiça pediu o encaminhamento do inquérito ao Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco)”, fundamenta o relator do acórdão n.º 134.435-0, Miguel Kfouri Neto (na época na 1.ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná). O Gerco é o grupo de investigação da Promotoria de Investigação Criminal (PIC). A assessoria de imprensa da PIC informou que o inquérito que apura a morte de Almir Solarewicz não foi investigado pelo Gerco. O processo hoje tramita na 5.ª Vara Criminal, está em andamento e o promotor responsável é Dicésar Augusto Krepski, que em 2003 estava lotado na PIC. O promotor, por enquanto, prefere não se pronunciar sobre o caso.
Cooperativa
A fundamentação de Kfouri ainda enfatiza o envolvimento da vítima na contravenção: “Solarewicz participava da cooperativa, associação de bicheiros que controla a contravenção em Curitiba, e seu quinhão era de 4,8% do movimento global das apostas. Há indícios nos autos que a incursão de Almir no ramo das máquinas caça-níqueis, em grande escala, desagradou os demais sócios do bicho, por diminuir o movimento e aí estaria a gêneses do homicídio”.
Entre os demais sócios do bicho, aos quais Kfouri se refere, estão Francisco de Paula de Castro, o “Chico Feitosa” (chefe da cooperativa de bicheiros existentes no Paraná) e Fúlvio Martins Pinto, que foram apontados na investigação realizada pelo delegado Gerson Machado como mandantes da execução. Apesar disso, somente “Serginho” sentará no banco dos réus no próximo dia 8, já que nada foi feito desde então para dar continuidade às investigações. Para “intimidar” outros “interessados” em elucidar completamente o caso, o delegado Gerson Machado chegou a ser investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, onde alguém denunciou que ele queria aferir vantagens com as investigações. O resultado foi que nada foi provado contra o policial e as investigações sobre o crime pararam.