José Roberto Batochio, que faz a defesa do advogado Roberto Bertholdo, informou ontem que o ex-conselheiro da Itaipu Binacional não irá se entregar à polícia, pelo menos por enquanto. Ele teve a prisão temporária decretada no último dia. Bertholdo é acusado de torturar, extorquir e manter em cárcere privado, por 14 horas, seu ex-sócio, Sérgio Renato Costa Filho, no dia 17 de janeiro deste ano. ?Trata-se de um episódio banal de desentendimento que tomou proporções de agressão e seqüestro?, disse Batochio.
Segundo o advogado, Bertholdo teria descoberto que Costa estaria desviando dinheiro do escritório que ambos mantinham em Curitiba e que estaria agindo de má-fé com os clientes, inclusive grampeando conversas. Assim que tomou ciência desses fatos, Bertholdo foi tirar satisfação com o ex-colega. A discussão, porém, teria terminado em mútua agressão física. ?Como Bertholdo é mais forte, Costa acabou se machucando mais?, afirmou Batochio. ?Mas não houve sessão de tortura. Além do mais, a idéia de que alguém possa permanecer seqüestrado durante 14 horas no próprio escritório é bisonha?, desdenhou o defensor.
Transferência
Quanto à acusação de que Bertholdo teria coagido Costa a assinar papéis e transferir R$ 900 mil para uma conta sua, Batochio classificou a ação como exercício arbitrário. ?Apesar de não ser a medida certa, meu cliente apenas estava defendendo o que era seu?, disse. O advogado ainda afirmou que o caso só tomou essas proporções por que existem interesses políticos envolvidos. ?Estamos averiguando para descobrir quem sai beneficiado com isso.?
Ele também fez acusações à Justiça paranaense. ?Estive no tribunal para conseguir uma cópia da investigação e da ordem de prisão e fui impedido. Nem com os militares era assim.? Batochio disse que irá entrar com pedido de habeas corpus sem nem saber o motivo do pedido de prisão. ?Nessas condições arbitrárias, não aconselho o meu cliente a se entregar?, afirmou. Segundo informações, Bertholdo estaria escondido em Brasília, mas Batochio não confirmou a informação.
