Beira-Mar virá a Curitiba no mês de abril

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, vem a Curitiba, no início do mês que vem, para uma audiência com o juiz da Segunda Vara Federal Criminal, Sérgio Moro.

Beira-Mar responde a processo no Estado referente às acusações de controle do tráfico de dentro da cadeia, trazidas à tona pela Polícia Federal na Operação Fênix, em novembro do ano passado, quando a mulher do traficante foi presa no Rio de Janeiro com US$ 200 mil em dinheiro.

De acordo com um dos advogados de Beira-Mar, Luiz Gustavo Bataglin, de Campo Grande (MS), onde o traficante está preso, a vinda para Curitiba deve durar pouco tempo, no máximo um ou dois dias, senão horas. ?Ele será deslocado porque tem o direito de estar presente a todas as audiências dos processos em que é citado?, justifica. Ainda neste processo, outros envolvidos devem ser ouvidos pela Justiça Federal do Paraná.

Bataglin advoga também para Juan Carlos Ramirez Abadía, um dos traficantes mais procurados do mundo, preso no Brasil e que acaba de ter autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ser extraditado para os Estados Unidos. Já Beira-Mar é defendido pelo advogado em dois dos processos a que responde junto à Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.

?Quem está à frente deste processo (na Justiça do Paraná) é o dr. Wellington, que deve acompanhá-lo (Beira-Mar)?, informou ontem Bataglin, confirmando a oitiva em Curitiba para os primeiros dias do mês de abril. O advogado que o acompanhará, a quem se refere, é Wellington Correia da Costa Junior, do Rio de Janeiro. A reportagem procurou pelo advogado, mas não conseguiu contato.

Processos

Esta é a primeira audiência resultante do processo que tramita na justiça paranaense. As investigações da Polícia Federal que resultaram na operação duraram um ano e meio e apontaram que, mesmo estando preso, Beira-Mar comandava uma rede de tráfico internacional, lavagem de dinheiro, tráfico de armas e homicídios. Na ocasião, além de Jaqueline Alcântara de Morais, mulher do traficante, outras dez pessoas foram presas.

A última viagem de Fernandinho Beira-Mar aconteceu em janeiro, quando o traficante foi pela 19.ª vez ao Rio de Janeiro, desde sua prisão, em 2001, para responder ou acompanhar oitivas referentes aos processos a que responde. No ano passado, a Federação Nacional de Policiais Federais calculou em R$ 45 mil o custo de cada deslocamento do traficante. Isso significa que, com a vinda a Curitiba, já terão sido gastos R$ 900 mil com suas viagens. 

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