Sob forte esquema de segurança, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, deixou, ontem, a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no bairro Santa Cândida, rumo a Campo Grande (MS), onde cumpre pena. Junto com Beira-Mar, mais cinco presos deixaram o local, num furgão da PF. Formaram o comboio mais cinco viaturas da PF e dois carros e 11 motos da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Cerca de 40 homens foram mobilizados na operação.
O traficante chegou a Curitiba na última terça-feira (1), para prestar depoimento na Justiça Federal do Paraná e acompanhar oitivas de testemunhas. Ele responde a processo decorrente da Operação Fênix, da PF, deflagrada em novembro do ano passado, na 2.ª Vara Federal Criminal. Beira-Mar é acusado de controlar o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro de dentro de penitenciárias federais, através de recados transmitidos por seus visitantes, familiares e advogado, segundo a Justiça.
A mulher do traficante, Jaqueline Alcântara Morais, que foi presa no Rio de Janeiro com US$ 200 mil em dinheiro durante a operação, também prestou depoimento em Curitiba esta semana, assim como o filho do traficante, Felipe Alexandre da Costa, e seu cunhado, Ronaldo Alcântara de Moraes. No total, cinco presos na Operação Fênix, que vieram a Curitiba prestar depoimento, deixaram a sede da PF junto com Beira-Mar.
Como o processo corre em segredo de Justiça, o conteúdo dos depoimentos, tanto de acusação como de defesa, não foi divulgado. As oitivas aconteceram na quarta (2) e quinta-feira (3). Os acusados e testemunhas foram ouvidos pelo juiz Sérgio Fernando Moro.
Foi a 20.ª viagem de Beira-Mar, desde que foi preso, em 2001. No ano passado, a Federação Nacional de Policiais Federais calculou em R$ 45 mil o custo de cada deslocamento do traficante, o que totalizaria um gasto de R$ 900 mil com suas viagens. Segundo os advogados de Beira-Mar, sua permanência durante as audiências e oitivas é garantida pela Constituição.