Portos Casela
A mãe da criança e uma
amiga estiveram no IML.

O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) está investigando um novo caso de suspeita de violência sexual cometida contra um bebê de 1 ano e 4 meses. A pequena S.M.F.S. morreu na madrugada de ontem, depois de ser levada às pressas ao Hospital Pequeno Príncipe. Desconfiados da fissura encontrada no ânus do bebê, os médicos do hospital encaminharam o corpo ao Instituto Médico-Legal, onde, na manhã de ontem, o médico legista realizou os primeiros exames.

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Segundo o relato da mãe da criança, uma jovem de apenas 15 anos que mora na zona rural de Castro, divisa com o município de Rio Branco do Sul, S. tinha problemas de saúde desde seu nascimento. "Nos últimos dias ela não comia nada, só tomava leite. Desde quando nasceu ela tinha essa assadura no bumbum, mas eu estava passando uma pomada e ela estava melhorando", disse a jovem, referindo-se ao ferimento no ânus da filha.

Há 20 dias a adolescente estava morando na casa de Marta de Jesus Barbosa, amiga da família, em Rio Branco do Sul, para confeccionar seus documentos e com isso dar entrada ao pedido de auxílio maternidade. Na madrugada de ontem, o bebê começou a passar mal e Marta e a adolescente o levaram ao hospital do município. Horas depois a garotinha foi encaminhada ao Hospital Pequeno Príncipe, onde morreu. "Minha filha já ficou internada durante três meses, pois tinha problemas no pulmão, no coração e havia perdido parte da visão", relatou a jovem, enquanto esperava para retirar o corpo da filha no IML.

Demonstrando bastante humildade, a adolescente ficou surpresa ao saber da suspeita da violência sexual cometida contra S. "Eu só largava minha filha no berço quando ia estender roupa, mas não é possível que alguém lá de casa tenha feito alguma coisa com ela", disse, referindo-se aos seis irmãos que residem com a jovem, em Castro.

Polícia

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O exame feito no corpo do bebê foi acompanhado pela delegada Ana Cláudia Machado e por dois investigadores do Nucria. Ontem, a delegada não se pronunciou à imprensa porque achava muito precipitado confirmar se houve ou não violência sexual. No final da tarde, o escrivão da delegacia confirmou que a delegada estava ouvindo a mãe e a amiga da família, e após a oitiva, seguiria para Rio Branco do Sul, não detalhando mais nada sobre o caso.

Preventiva para pais acusados de abuso

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Na última terça-feira a juíza Suzana Massako Hirama Loreto de Oliveira, da 2.ª Vara Criminal de Curitiba, decretou a prisão preventiva de Any Paula Fascolin e Nilson Moacir Oliveira Cordeiro, que estavam sob prisão temporária desde o dia 12 de julho. A juíza aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) por atentado violento ao pudor, qualificado pelo resultado de morte. O casal é acusado da morte do filho, L.G.C., de apenas sete dias de vida, ocorrida no dia 8 de julho. O primeiro depoimento dos réus à Justiça será no dia 11 de agosto. Os dois foram presos depois de levar o filho ao Hospital e Maternidade Mater Dei, onde L. morreu de infecção. Laudo do Instituto Médico-Legal aponta como causa da infecção lesões no ânus do bebê, que teria sofrido abuso sexual.