Diversos produtos provenientes de cargas roubadas foram encontrados na tarde de sexta-feira em um barracão, em Quatro Barras, localizado na Avenida das Pedreiras, Borda do Campo, em frente à sede de campo do Paraná Clube. No local havia detergentes para cozinha sem os rótulos; borrachas utilizadas para a recapagem de pneus da marca Vipal; além de rolos de chapas de aço, usadas em diversas atividades (automotiva principalmente), que também já estavam sem qualquer identificação de procedência. Jamil Alves de Miranda, 19 anos, e sua amásia, uma adolescente de 17 anos, foram apanhados em flagrante, no local, retirando os rótulos dos detergentes.
O soldado Coradim e o cabo Gabriel, da Polícia Militar, foram avisados de que havia alguma atividade ilegal no barracão e, quando chegaram, encontraram os produtos e os caseiros, que moravam nos fundos. Jobel Martins, gerente da filial curitibana da Bertin Ltda., estava no local e identificou os detergentes roubados em 27 de julho, quando a carga seguia de Lins (SP) a Porto Alegre (RS), pela BR-116. Das 2.500 caixas que estavam no caminhão, apenas 140, aproximadamente, estavam no barracão. A polícia não tem pistas de onde possa estar o restante.
Clóvis Alberto, da Seguradora Apisul, também identificou as borrachas e os rolos de aço como sendo de um de seus clientes segurados. Ele explicou que esse tipo de produto, que vem de São Paulo ou do porto de São Francisco do Sul (SC), é normalmente roubado em São Paulo e levado a outros lugares. "Ainda não conseguimos identificar exatamente onde e quando foram roubados. Apenas sabemos que são de nossos clientes porque a única empresa que faz o transporte dos produtos da Vipal também carrega os rolos de aço. Mas podemos identificá-los pelo peso e tamanho dos rolos. É provável que pela quantidade de rolos exista um carregamento inteiro aqui. Já as borrachas são uma parte pequena de uma carga. Esse tipo de produto é vendido muito fácil e rapidamente", conta o corretor de seguros.
Caseiro aponta dono de barracão
Jamil Miranda, caseiro detido com a carga roubada, apontou João Maria Guimarães dos Santos, ainda não encontrado pela polícia, como o dono do barracão. Jamil disse que recebeu ordens para deixar os caminhões entrarem, descarregá-los e a retirar todas as identificações (rótulos e códigos de barras) das caixas e produtos. Segundo o caseiro, em seis meses que ele está no barracão, outros carregamentos já passaram pelo local: adubos (500 sacos), chocolates, e agora as bobinas de aço, as borrachas e os detergentes. Os detergentes e o aço, segundo Jamil, chegaram na noite de quinta-feira. Diversos tambores de produtos químicos vazios também estavam no local.