Prisão
O delegado Alfredo Dib contou que uma pessoa telefonou para a Delegacia de Furtos e Roubos. Sem se identificar, contou que um grupo estava realizando um churrasco em uma casa em Araucária para comemorar o furto. O denunciante disse ainda que o bando efetuava disparos para o alto se vangloriando do crime e declinou o apelido dos acusados. “A filmadora da vítima estava sendo exibida no bairro, já que pretendiam vendê-la”, relatou o policial.
Uma equipe da delegacia se dirigiu para o local e constatou a veracidade das informações. Dinorá, que é mãe de um dos ladrões, Elton Oliveira Matos, 19 anos, que está foragido e teve sua prisão solicitada à Justiça, estava com o relógio furtado no braço. “Alguns se negaram a dar declarações. Outros confessaram o furto”, ressaltou o policial.
Ele disse que as investigações continuam no sentido de apurar outros crimes cometidos pelo grupo, além de prender Elton e identificar Fabiano. “Quem souber o paradeiro desses dois rapazes pode entrar em contato através do telefone 262-2800”, solicitou o policial. Ele disse que apesar da pouca idade, Elton já cumpriu pena no sistema penitenciário de São Paulo.
Cofre
Trabalhando há trinta anos na moradia, Matilde confessou que forneceu o molho de chaves da casa para o seu namorado, o ex-presidiário José Carlos, mais conhecido como “Zoinho”, e deu a dica de qual seria o melhor dia para efetuar o furto. Matilde avisou o namorado que seus patrões iriam viajar no final de semana. “Ele me convenceu”, argumentou a mulher.
Às 20h de sábado, “Zoinho” foi até a moradia junto com Elton, o rapaz identificado como “Fabiano “e um tal de “Gordinho”. Eles reviraram a casa e se apoderaram de vários objetos. O cofre pesando cerca de 300 quilos, contendo documentos, cerca de R$ 9 mil em jóias e cinco armas, foi levado pelos ladrões. “Eles usaram uma talhadeira e uma marreta para arrombar o cofre. Depois retiraram tudo e jogaram o equipamento no Rio Iguaçu”, ressaltou o delegado.
“Zoinho” contou que deixou a cadeia da delegacia de Araucária há dois meses, onde estava preso pelo crime de homicídio. “Realmente eu matei uma pessoa, da qual não me lembro o nome. Só sei que foi durante uma briga de bar”, disse. Ele começou a namorar Matilde, há pouco mais de um mês. Ao saber que trabalhava na casa de um delegado ele convenceu a mulher a lhe entregar o molho de chaves da residência para fazer uma cópia. “No início ela não queria. Eu estava precisando de dinheiro e a convenci. Na verdade pressionei, ameaçando terminar com o nosso relacionamento”, admitiu Zoinho.
Os outros três presos negaram qualquer envolvimento com o crime. Dinorá disse que ganhou o relógio de seu filho Elton. “Eu sabia que era furtado. Meu filho deixou o relógio na mesa com um bilhete. Foi um presente”, contou a mulher, revelando que tem conhecimento dos crimes praticados pelo filho. “Agora não sei onde ele está”, garantiu.