Não são somente automóveis de alto valor que motivam os bandidos a roubar ou furtar. Até mesmo quem tem uma motocicleta de modelo popular pode ser vítima de uma ação mais elaborada por parte dos criminosos. Na noite de quinta-feira (15), o técnico em informática Thiago Teixeira sentiu isso na pele. No caminho de volta do trabalho, assim que cruzou o trevo do Atuba, próximo ao estacionamento da Itapemirim/Penha, um veículo Siena branco que vinha em alta velocidade bateu de propósito na traseira da sua moto modelo CG 150. Em seguida, o passageiro do Siena, que usava um capacete, saiu do carro e partiu para cima dele, dizendo: “sai, sai, perdeu a moto”.
O dono da moto disse que pensou em resistir, mas o homem do capacete mostrou que estava armado. “Toda a ação não levou um minuto, acho que o objetivo deles em bater na minha moto era me derrubar para ser ainda mais fácil o roubo, já que o normal é cair e ficar embaixo do veículo, liberando a moto”, acredita. Segundo Teixeira, fazia dois meses que ele tinha comprado a moto em 48 parcelas. “Ela tem 650 quilômetros rodados, está novinha”, lamenta. Por sorte, ele saiu ileso.
De acordo com o superintendente da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Carlos de Oliveira da Velha Netto, a forma como foi roubada a moto de Teixeira segue na contramão das estatísticas da polícia. “Tanto furtos quanto roubos estão em queda e a média mensal dá menos do que uma moto por dia na capital”, conta. Em novembro, foram 25 motocicletas furtadas e 21 roubadas. No ano, a média de furtos em Curitiba está em 1,02 motos furtadas por dia e 0,84 roubadas. “Tem meses que a média de motos recuperadas pela polícia supera o índice de roubos como foi em novembro, quando fechamos o mês com 1,43 motos recuperadas por dia”, acrescenta.
O superintendente comenta ainda que o modo como os bandidos agiram no roubo da moto de Teixeira foi inusitado. “Como a moto é mais ágil, os roubos ocorrem quando os motociclistas vão ligá-la ou estão parados em algum local”. Independentemente da abordagem, da Velha ressalta que as pessoas não devem reagir. “A prioridade é sempre a vida”. Ele também explica que as motos populares e ágeis são alvos tanto para serem desmontadas e terem as peças revendidas, quanto para o uso de outros crimes como assaltos nas saídas de bancos ou tráfico de drogas.