As duas mulheres e os cinco homens acusados de integrar uma quadrilha de assaltantes, responsável pelo roubo a uma casa lotérica no centro, em 3 de outubro do ano passado, quando o policial federal Edson Martins Matsunaga foi morto com um tiro no peito (ao tentar impedir a fuga dos bandidos), participarão de mais uma audiência na 3.ª Vara Federal Criminal, amanhã, às 14h30. Serão ouvidas as testemunhas e acusação.
O roubo foi planejado e concretizado por nove pessoas, no entanto, dois dos acusados – Maicon Ladis Lau de Rossi e Gilmar Ferreira – morreram em troca de tiros com a Polícia Federal, em uma chácara em Fazenda Rio Grande.
Foram presos Pedro Henrique Procópio, o “Carioca” (apontado como líder da quadrilha, autor do tiro que matou o policial e membro do Primeiro Comando da Capital – PCC); Marcelo Roberto Silveira, o “Nervosão” (também integrante do PCC); Fábio Alves Fogaça, Willian Ventura dos Santos (chamado de “Bill”), Douglas Cândido Rodrigues (o “Zona Sul”, estudante de Direito). E ainda as mulheres Larissa Tessaro Menarim, a “Lari”, acusada de dar fuga à quadrilha, e Francielly Alcântara, funcionária da lotérica.
Livre
Apenas “Lari” conseguiu liberdade condicional. “Carioca” e “Nervosão” estão recolhidos na Penitenciária de Catanduvas, e devem participar da audiência por videoconferência.
Alguns membros do grupo são acusados de outros crimes e os dois integrantes do PCC também são suspeitos do assassinato de um agente penitenciário, em Campo Largo, três dias antes do roubo à lotérica.
O advogado de “Lari”, Jorge Vicente Silva, informou que ela colaborou com as investigações da Polícia Federal. Este seria um dos motivos que levou o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (Porto Alegre) acatar o pedido de habeas corpus, em dezembro.
O Ministério Público Federal entrou com recurso especial contra esta decisão, argumentando que se tratou de latrocínio e que a acusada, além de estar envolvida com quadrilha de alta periculosidade, ainda pode fugir para se livrar de punição.
O recurso foi admitido pelo desembargador federal Élcio Pinheiro de Castro, em março último e o julgamento deverá ser feito pelo Superior Tribunal de Justiça, onde o caso corre em segredo de Justiça.