A ação foi desastrada desde o começo, ao meio-dia de terça-feira. Depois de roubarem cerca de 100 peças de roupas de uma loja da Rua Nelson Claudino dos Santos, bairro Pioneiros, dois deles tomaram a chave do carro de uma cliente, avisando que iriam abandoná-lo a duas quadras do local. Porém, esqueceram de desligar o alarme e, quando ele começou a funcionar, fugiram a pé para se encontrar com o comparsa, que os esperava em um Fusca. Uma pessoa anotou a placa do veículo e repassou à polícia, dando início às investigações.
Dominó
Com o número em mãos, os investigadores Ferreira, Márcio, Vilmar e Lincoln vieram até o Novo Mundo, onde residia o proprietário indicado no documento. O carro, porém, havia sido vendido e a transferência não fora feita, mesmo quatro anos depois. O antigo dono do carro indicou o nome do comprador, que seria o pai de Rodrigo, morador em Mandirituba.
A polícia foi até o endereço indicado e ficou aguardando por cerca de seis horas. Conforme informado pelos investigadores, Paulo passou com sua motocicleta vermelha e foi abordado. Em seguida, detiveram Rodrigo e com o mesmo Fusca, usado na fuga, foram em busca de Ricardo, na Colônia Lima. Usando de muita astúcia, eles pararam o carro e pediram para um dos detidos chamar o amigo. Quando ele apareceu, sem imaginar o que acontecera, foi surpreendido pela polícia.
Suspeitas
Parte do produto do furto foi encontrada divida em residências e dentro do carro. As armas usadas, dois revólveres calibre 32, estavam escondidas em um viveiro de coelhos, na casa de uma conhecida do grupo. “Ela será chamada à delegacia”, esclareceu Lincoln. A operação teve seu fim às 19h30.
De acordo com a polícia, Paulo já teria passagem por roubo. “Estamos investigando os três e acreditamos que eles sejam responsáveis por outros assaltos”, disse um policial. Nenhum deles quis dar sua versão para a prisão nem se defender. Paulo, Rodrigo e Ricardo foram autuados em flagrante por roubo.
A polícia suspeita que Paulo seja autor de um homicídio, ocorrido há dois meses em Mandirituba. De acordo com o investigador Rodrike, da delegacia de Fazenda Rio Grande, a descrição do autor do assassinato e de Paulo são semelhantes. “Ainda é cedo para afirmarmos alguma coisa. As testemunhas do homicídio irão fazer o reconhecimento para ver se as suspeitas se confirmam”, salientou o investigador.