Moradores do São Braz viram 13 pessoas serem assassinadas em menos de dois anos. O número é resultado da violência provocada pela rivalidade de quatro gangues. A matança começou em março de 2006, com o homicídio de Osvaldo Luiz de Souza, 19 anos.
De lá para cá, integrantes do Comando do Extermínio (CDE), da Vila do Sapo (VDS), do Comando da Barroka (CDB) e da Campina, se enfrentam numa verdadeira guerra, em que o resultado é sempre morte ou hospital.
Quem anda pelo São Braz não imagina que, em uma vila tranqüila, possa existir tanta violência. Nos dias de semana, eles se ameaçam pela internet e nos fins de semana se encontram nas casas noturnas da região, nos parques e em frente a alguns shopping centers. É aí que as ameaças são colocadas em prática.
Dos 13 crimes ocorridos na região, nove foram praticados em fins de semana. Segundo o sargento Bernardo, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, as brigas acontecem depois das baladas, nas casas noturnas da região. “Durante a semana a vila é tranqüila, mas é nos finais de semana que eles se encontram e a rivalidade vem à tona”, explicou.
Medo
Além dos familiares das vítimas, que procuram a polícia e contam o que sabem, poucas pessoas colaboram com as investigações. A maioria tem medo de represálias dos assassinos, outros não querem se envolver e colocar a família em risco.
No entanto, os próprios suspeitos se entregam, contando as suas peripécias e ilustrando com fotos no site de relacionamento Orkut. São ameaças de morte, xingamentos e uma incansável tentativa de demonstrar poder.
O superintendente Dilso Morgerot, da Delegacia de Homicídios, disse que nenhuma denúncia foi feita nos dois últimos dias, mas garantiu que as investigações continuam e que qualquer informação pode ser determinante na elucidação destes casos. O telefone da DH é 3363-0121, e as denúncias podem ser anônimas.
Tem gente se candidatando a assassino, pela internet. (Reprodução internet)