Rodrigo estava com pertences da vítima. |
Quatro horas durou o sofrimento de um casal que saía da lanchonete McDonald’s, na entrada de São José dos Pinhais, quarta-feira à noite. Eles tiveram os carros roubados por três assaltantes, que rodaram até o centro de Curitiba e abandonaram as vítimas no Parque Náutico do Boqueirão. Mas a Polícia Militar observou parte da ação e um dos acusados foi preso em flagrante.
O casal deixava a lanchonete em um Gol e um Corsa, às 19h, quando foram atacados. Os bandidos dividiram-se, e enquanto um deles seguia sozinho com o Corsa ao bairro Borda do Campo, outros dois levavam as vítimas para Curitiba, no Gol.
No período em que rodaram com o casal, os assaltantes arrecadaram um palmtop (computador portátil), o toca-CDs do carro, talonários de cheques, objetos pessoais e documentos das vítimas. No centro de Curitiba, perto das 22h30, um dos assaltantes desceu do carro com o material em mãos.
Então, entrou em ação uma equipe do Serviço Reservado do 12.º Batalhão da PM, composta por um tenente, um cabo e três soldados. Eles estavam de campana na Praça Osório, investigando o tráfico de drogas na região central e abordaram Rodrigo da Silva Barbosa, 20 anos. O suspeito confessou que o material que trazia era produto de roubo e forneceu detalhes da ação. "Os objetos seriam trocados por droga", afirmou um dos soldados que participaram do caso.
A partir das informações de Rodrigo, a PM descobriu o Gol intacto no centro de São José dos Pinhais – mais tarde, soube-se que as vítimas haviam sido abandonadas ilesas às 23h, no Boqueirão. A chave havia sido escondida a poucos metros dali. Depois, Rodrigo levou a PM a um terreno na Borda do Campo, onde estava o Corsa completamente "depenado". "Certamente o Gol teria o mesmo fim", acredita o soldado.
A equipe da P-2 do 12.º BPM montou campana para prender os outros dois acusados, que não foram localizados. Um deles é conhecido como "Pateta", e o outro, um menor de idade.
Rodrigo era foragido da Colônia Penal Agrícola de Piraquara, onde cumpria pena por assalto. Ele volta ao sistema penitenciário enquanto responde novo processo pelo mesmo crime.
Jurado de morte na Colônia
A fuga de Rodrigo da Colônia Penal Agrícola aconteceu em 25 de janeiro deste ano, após permanecer quase três meses preso. Segundo sua versão, ele teve que escapar da CPA porque estava marcado para morrer. "Comecei a ter problemas com outros presos, por me recusar a servir como carregador de droga. Eles queriam que eu fosse buscar e entregar drogas, mas isso eu não faço. Por isso fui ameaçado", explicou Rodrigo.
Ele comunicou as ameaças sofridas aos "inspetores" da CPA, que o transferiram para trabalhar na olaria, entretanto isso não foi suficiente. "Recebi o recado que outros presos iriam invadir a olaria para me pegar. Como lá não tinha segurança, fugi", afirmou. Agora que foi preso novamente, o jovem teme pela sua vida devido ao possível retorno à CPA.