Apontado como um dos seqüestradores de um garoto de 14 anos, Jorge Paulo de Souza, 34 anos, foi apresentado ontem à imprensa. Ele foi preso pelo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial -Grupo Tigre -, no dia 27 de agosto, mas o trabalho policial não foi divulgado para não atrapalhar as investigações. O adolescente foi libertado, no dia 18 de agosto, mas só na quarta-feira a polícia localizou Claudinei Alves, 30 anos, e o matou durante uma troca de tiros.
O delegado Riad Farhat contou que o garoto foi seqüestrado quando chegava a sua casa, no Umbará, às 21h do dia 7 de agosto, dirigindo um carro. O menino acionou o portão eletrônico para entrar com o veículo. Dois homens encapuzados aproveitaram para entrar e renderam o garoto e seus pais, que estavam na casa. Em seguida, algemaram os adultos e levaram o adolescente.
Depois, os bandidos entraram em contato com a família e começaram a pedir resgate, cujo valor não foi divulgado a pedido da família. ?A vítima ficou doze dias algemada em uma cabana improvisada no meio da mata atlântica a três quilômetros do posto do pedágio, da BR-277 (São José do Pinhais)?, contou o delegado.
Perseguição
Ele relatou que, no dia 18 de agosto, Jorge foi surpreendido por policiais do Grupo Tigre, quando dirigia um carro furtado, com placa fria. Houve perseguição e ele perdeu o controle do veículo, batendo em um poste no Contorno Leste, em São José dos Pinhais. ?Nós ficamos afastados para que outros carros não se envolvessem no acidente. Jorge aproveitou para fugir e se escondeu no matagal?, contou Riad. Segundo o delegado, durante a fuga, ele telefonou para seus comparsas e ordenou que o refém fosse libertado. ?Porém, deixou cair o celular e, com isso, se entregou?.
Cinco horas após a perseguição, o adolescente foi deixado pelos marginais nas proximidades da praça de pedágio da BR-277, sentido litoral. O garoto telefonou para os pais, que pediram para os policiais irem resgatar o garoto.
Mesmo com a libertação do refém sem o pagamento do resgate, os policiais continuaram as investigações. No dia 27 de agosto, Jorge foi preso. Ele confessou o seqüestro para a polícia e foi reconhecido pela vítima e pelos pais dela. Na continuidade das investigações, os policiais apuraram que o outro homem envolvido no seqüestro era Claudinei Alves, que contava com três passagens pela polícia pelo crime roubo.
Na tarde de anteontem, os policiais descobriram que Claudinei estava em uma casa, na Colônia Muricy, em São José dos Pinhais. Os investigadores cercaram a residência e tentaram abordagem. ?Claudinei sacou a pistola, calibre 40. Mas nossos policiais foram mais ágeis e o mataram com três tiros. A arma utilizada por ele estava com a numeração raspada?, contou o delegado.
Versão
Jorge, que conta com cinco passagens pela polícia por roubo, não quis dar sua versão sobre o que aconteceu. ?Não tenho nada a falar. Obrigado?, resumiu o rapaz, ao ser indagado pela reportagem.
Solucionado crime de Francisco Beltrão
Ação conjunta entre policiais de Francisco Beltrão e Rio do Sul (SC), juntamente com o Grupo Tigre, resultou na prisão de outro homem envolvido no seqüestro de uma mulher de 34 anos, em Francisco Beltrão no último domingo. Ela foi libertada na noite de segunda-feira e Gilcemar Paes, 24, foi preso em seguida.
Mesmo com a refém em liberdade, os policiais continuaram as investigações e, com uma foto do outro participante no seqüestro, chegaram ao seu paradeiro. Nilso de Oliveira, 32, natural de Dois Vizinhos é cunhado de Gilcemar. Ele foi preso na manhã de ontem, na cidade de Rio do Sul e será transferido para Francisco Beltrão, onde será autuado pelo crime.
O seqüestro teve início na noite de domingo e durante todo o tempo a mulher ficou presa em uma barraca, nas proximidades da fazenda onde morava. Na noite de segunda-feira, a mulher foi libertada pela polícia. No cativeiro, os policiais foram recebidos a tiros pelos bandidos e Nilso conseguiu fugir. O resgate não foi pago.
Na escola
Em Foz do Iguaçu, um menino, de 8 anos, foi seqüestrado no caminho para a escola, na manhã de terça-feira. Testemunhas anotaram a placa do Vectra, em que o garoto foi obrigado a entrar e a repassaram para a polícia, que identificou o proprietário como o paraguaio Miguel Angel Bareiro Pelegrini. O veículo foi abandonado em Cidade do Leste e a vítima libertada à noite. O resgate também não foi pago.