A audácia de José Arlindo da Silva Filho, 31 anos, o “Zezinho”, foragido da Colônia Penal Agrícola há 45 dias, levou-o novamente à prisão, na manhã de ontem, em Campo Largo.

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Para fugir da chuva fina, empunhando uma pistola de brinquedo, ele seqüestrou um motorista que saía com o seu carro da garagem e o obrigou a fazer algumas “corridas” pela cidade. Deu carona para conhecidos e, depois de 40 minutos, ordenou que a vítima o deixasse em sua casa e fosse embora, como se nada tivesse acontecido.

Uma vizinha viu o seqüestro do rapaz e avisou a Polícia Militar. De acordo com o soldado Matos, do 17.º Batalhão, com as características do suspeito, os policiais logo souberam que se tratava de “Zezinho” e foram até a casa dele, na Travessa Iguaçu, no centro de Campo Largo.

“Quando chegamos, ele pegou a mulher pelo pescoço e apontou a pistola de brinquedo para a cabeça dela. Além dos dois, estavam na casa dois filhos do casal – a filha adolescente e uma criança”, contou.

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A casa foi cercada e, depois de a filha pedir para ele se entregar, “Zezinho” deitou no chão da sala e foi detido. “Ele correu um risco muito grande, colocando toda a família em perigo”, completou Matos.

Farra

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Segundo a polícia, “Zezinho” é suspeito de ter praticado diversos crimes desde que deixou a CPA. Na semana passada, ele sequestrou a mulher, a filha e a empregada de um empresário da cidade. Com as três vítimas no carro, foi até uma agência bancária em Curitiba e sacou R$ 1 mil (o saque foi filmado). Depois, abandonou-as no Parque Barigüi.

“Com o dinheiro, ele foi para uma boate e, no dia seguinte, quando voltava para Campo Largo, com as garotas de programa, capotou o veículo”, explicou o policial. Sem nenhum ferimento, ele fugiu do local. Mas suas acompanhantes tiveram que ser atendidas pelo Siate e contaram o que havia acontecido. Além disso, “Zezinho” deixou o celular no meio das ferragens.

Perigo até na cadeia

O acusado contou que entrou para o mundo do crime freqüentando os bares. Primeiro foram as bebedeiras com os amigos. Depois, veio a experiência com a cocaína e, em seguida, os roubos para sustentar o vício e a vida promíscua.

Segundo ele, foi preso por roubo e condenado a 1 ano e 8 meses de reclusão. Quando faltavam 7 meses para completar a pena, resolveu fugir, não da cadeia, mas dos seus credores.

“Fugi porque estava devendo. Sou viciado em crack e cocaína, mas na cadeia a pedra não entra com tanta facilidade e a cocaína é muito cara, controlada apenas pelos caras do PCC”, explicou.

Ele disse também que quem não tem dinheiro, fica com a “obrigação” (termo usado para quem deve e paga com serviços e favores). “Quem não tem grana, tem que carregar celular e outras coisas no ânus para compensar a dívida”, contou. “Se eu voltar pra CPA é cadeia e caixão”, completou.