O confronto entre bandidos e policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) resultou na morte de um assaltante e em ferimentos em um policial civil, na manhã de ontem, em uma chácara, em Colombo. Vinícius Pereira Monteiro, conhecido como "Capoeira", 19 anos, foi atingido por três disparos, que o acertaram na cabeça, no pescoço e no peito. O investigador Gaede foi ferido com um tiro na perna esquerda. Em meio à troca de tiros, Cícero Douglas Brás de Lima, 22, foi preso. Os outros envolvidos conseguiram escapar.
A informação de que foragidos da delegacia do Alto Maracanã, suspeitos de estarem envolvidos no latrocínio (roubo com morte) que vitimou o policial civil Getúlio Camargo, estavam escondidos em uma chácara na localidade de Roseira, em Colombo, no limite com Bocaiúva do Sul, levou os policiais Gaede, Dirceu, Rudis, Aloísio, Burigo, Müller, Mário Jorge e Neuri, até o local. Quando desciam a estrada de terra, que dá acesso à chácara indicada, cruzaram com Vinícius e Anderson Dorcelino Antunes de Macedo, o "Nego Black" – ambos foragidos do Alto Maracanã. Ao verem os policiais, os marginais reagiram. Houve troca de tiros e os bandidos se embrenharam no matagal. "Nego Black" fugiu pelo meio do mato, já Vinícius resolveu dar a volta, talvez para avisar aos comparsas que desmanchavam um veículo – roubado na noite anterior -, quando deparou com o investigador Gaede e atirou. Ferido na perna, o policial revidou e acertou três tiros em Vinícius, que tomou morto, com o revólver calibre 38 nas mãos.
Em seguida, os policiais foram até a chácara, e prenderam Cícero. Os outros três homens, que estavam no local, já haviam escapado após ouvir o tiroteio. Na chácara, pertencente ao pai de Cícero, os policiais localizaram o Omega placa GRA-0555, tomado em assalto às 20h de quinta-feira, em uma residência, na Rua Luís Benato Mocelin, no Xaxim, por dois homens. O veículo estava sendo desmontado e provavelmente teria suas peças revendidas em algum desmanche.
No local ainda estavam mais de 100 documentos de veículos e carteiras de habilitação, parcialmente queimados. O delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Furtos e Roubos, acredita que a documentação pertence às vítimas dos marginais. "Temos informação que eles formam uma quadrilha de assaltantes de veículos", salientou o policial.
O delegado disse que as investigações continuam, no sentido de identificar e prender os outros marginais que integram o grupo.
Arma pode ter sido usada contra sargento
O revólver usado pelo assaltante Vinícius Pereira Monteiro, o "Capoeira", 19 anos, na troca de tiros com os policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), pode ter sido a arma que matou o sargento do Cindacta II, José João Pirog, 46 anos, no início da manhã de quinta-feira, no bairro Guaraituba, em Colombo. A suspeita é do superintendente Job de Freitas, da Delegacia do Alto Maracanã. Ontem, um garoto de 17 anos, suspeito de envolvimento na morte do sargento, foi detido por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos, e encaminhado para a DP do Alto Maracanã para ser ouvido.
Job disse que além de ouvir o menor, irá aguardar exames para confirmar as suspeitas. "A arma será periciada", salientou o policial. Ele comentou que irá mostrar fotos de Vinícius e de Anderson Dorcelino Antunes de Macedo, o "Nego Black", para a testemunha que presenciou a execução do sargento, para ver se ela reconhece. O menor também será submetido ao procedimento.
Job informou que o sargento estava sendo ameaçado por marginais da região, que acreditavam que a presença dele no bairro atrapalhava a ação criminosa na região, principalmente roubos e furtos de carros. "Inclusive, ele já tinha sido ameaçado", disse o superintendente.
Tiros
O sargento foi executado com quatro tiros, quando abria a mercearia vestindo a farda, pois dali iria para seu trabalho no Cindacta. Porém, pouco antes de sair, foi abordado por dois homens. Houve uma breve discussão e o sargento foi alvejado na cabeça, no peito, nas costas e no braço, caindo morto dentro da mercearia. (VB)
Amizade na cadeia
Conhecido ladrão de carros, o foragido Anderson Dorcelino Antunes de Macedo, chamado de "Nego Black", fez amizade com Vinícius Pereira Monteiro, o "Capoeira", 19, na carceragem da delegacia do Alto Maracanã. Os dois, junto com outros detentos, escaparam da cadeia no dia 16 de abril passado. A polícia acredita que desde então, estavam agindo juntos no roubo de carros e até mesmo em assaltos a residências.
De acordo com informações apuradas por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e da delegacia do Alto Maracanã, há possibilidade de os outros marginais, que conseguiram escapar da chácara, também sejam foragidos da cadeia do Alto Maracanã.
Prisão
Apontado como principal suspeito do latrocínio (roubo com morte), do policial civil Getúlio Camargo, "Nego Black" foi preso no último dia 30 de março, por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos. Após interrogado, ele foi removido para a delegacia do Alto Maracanã. Getúlio foi morto com um tiro de pistola calibre 380, após reagir a um assalto, no dia 18 de março. O crime aconteceu em frente a casa da vítima, na Rua Benvenuto Gusso, Boa Vista.