Considerado um dos maiores assaltantes de banco do Paraná, que agia desde o final da década de 80, Dilberto Elisbão, 35 anos, teve o fim previsto pela polícia. Morreu no dia 19 passado, em confronto com PMs do Regimento de Polícia Montada (RPMont), durante uma perseguição no Cajuru. Seus três cúmplices conseguiram fugir e continuam sendo caçados. No carro que eles ocupavam – o Palio placa AJL-3610 – foram encontrados um laptop, uma pistola automática e vários outros objetos. Tudo leva a crer que Elisbão e os comparsas se preparavam para um novo roubo.
O corpo do bandido, que liderou quadrilhas no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, ficou por dois dias sem identificação no Instituto Médico Legal. Quando seus familiares o identificaram – provavelmente informados da morte pelos cúmplices fugitivos – providenciaram o sepultamento com discrição, levando o cadáver para Santa Catarina, de onde ele era natural. Elisbão fez história no mundo do crime com ações ousadas. Também amargou várias condenações. Cumpriu pena na Penitenciária Central de Piraquara (PR), na Penitenciária Estadual de Florianópolis (SC) e, por último, estava recolhido no Complexo Penal São Pedro de Alcântara, no interior catarinense.
Resgate
No dia 17 de julho passado, integrantes da quadrilha – especializada em roubos a bancos, caminhões e carros em geral – resgataram Elisbão das mãos de três policiais catarinenses que o escoltavam para uma consulta médica no posto de saúde do pequeno município de Antônio Carlos. A consulta havia sido marcada pela mãe do quadrilheiro (no Complexo de Alcântara não há assistência médica para os presos). Com um Vectra roubado em Florianópolis, eles empreenderam fuga levando, inclusive, as armas dos policiais. No meio do caminho queimaram o carro e seguiram viagem para Curitiba em uma Pajero prata, previamente deixada na estrada.
Não contentes com o arrebatamento, naquela mesma noite Paulo Fernandes Menezes, Emerson Batista dos Santos, e Roberto Bezerra de Araújo, retornaram com a Pajero para Florianópolis, para fazer assaltos. Elisbão ficou em Curitiba. O trio, porém, deu azar e foi capturado lá, após intensa perseguição.
O bandidão tratou de arregimentar novos cúmplices, até que foi surpreendido por PMs, no Cajuru, na semana passada. Mesmo sem saber de quem se tratava, os policiais suspeitaram dos quatro homens que ocupavam o Palio. Abaixo de tiros, três deles escapuliram, mas Elisbão foi mortalmente ferido, colocando fim a uma carreira de crimes e de violência, uma vez que tinha condenação até por latrocínio (roubo com morte), delito com maior pena no Código Penal Brasileiro.