O roubo contra uma residência no bairro Capão Raso, às 21h30 de terça-feira, terminou mal para os assaltantes. Robson Aparecido de Oliveira, 18, morreu em confronto com policiais militares, Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, o "Manchinha", da mesma idade, foi detido com uma pistola, calibre .40, roubada de um policial civil. Na casa de Felipe, a PM deteve Juarez Inácio Dominguez, 20, o "Shuahua", com munição de vários calibres. Os dois foram encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), anexo ao 8.º Distrito Policial (Portão).
De acordo com uma das vítimas, um indivíduo entrou em sua residência e rendeu seus familiares. Todos foram obrigados a ficar deitados no chão. Ao pressentir que a polícia estava chegando, acionada por um vizinho da vítima, o invasor, em companhia de um comparsa, fugiu, levando cerca de R$ 150,00 e algumas jóias.
Viaturas da Polícia Militar da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) e do 13.º Batalhão da PM realizaram um cerco policial. De acordo com o tenente Anderson, da Rone, Felipe fugiu pelos fundos da casa e pulou muros e telhados até se esconder em uma gráfica. Lá, os policiais conseguiram detê-lo e encontraram um carregador para pistola .40, municiado, em sua cueca. O detido indicou aos policiais onde tinha jogado a arma durante a fuga.
Com informações do detido, a polícia foi até a sua casa, no Tatuquara, onde encontrou munição de diversos calibres. Juarez foi detido. Segundo a PM, ele já tem passagem por porte de arma, e Felipe, por roubo.
Confronto
Quando a polícia chegou à casa onde ocorria o assalto, Robson teria se refugiado em um matagal. De acordo com o aspirante Eduardo, do 13.º Batalhão, o terreno foi vasculhado pela PM, mas ninguém foi encontrado. Entretanto, uma equipe da polícia permaneceu em campana no local. Depois de algum tempo, Robson saiu do matagal e foi surpreendido por policiais militares, que lhe deram voz de prisão. Ele teria atirado contra a equipe, mas houve o revide e ele foi ferido. Encaminhado ao Hospital do Trabalhador, ele não resistiu. Segundo a PM, Robson estava armado com um revólver, calibre 38, de seis polegadas.
A vítima do assalto fez questão de elogiar o trabalho da polícia que agiu rapidamente e prendeu os assaltantes.
PM teria sido truculenta
Familiares de Robson reclamaram à reportagem da Tribuna sobre a truculência de policiais militares que invadiram a casa deles, no bairro Tatuquara, durante a madrugada, à procura de informações sobre o adolescente. Os PMs, que seriam da Rone, teriam usado violência e apontado armas contra crianças que residem no local, inclusive para o filho de Robson, um bebê de dois meses que estava no colo da mãe.
Sinara Santos disse que o filho encontrou a morte devido às más companhias. "Alertei para ele não sair com esses rapazes. Mas o "Rob? falava que não tinha problema e que eles iriam apenas ao som", justificou.
Ciente
Em nenhum momento Sinara questionou a morte do filho. "Pelas informações que tenho, ele estava fazendo coisa errada", lamentou a mãe. O que indignou os familiares foi a invasão da casa e o "modo estúpido" como os moradores foram tratados. "Os policiais perguntavam "cadê’ o Robson e as armas", contou Sinara, demonstrando indignação, pois, pelo horário da "batida policial", o filho dela já estaria morto e dentro da moradia dela não há armas, de acordo com a mulher.
Vizinhos de Sinara também se uniram aos protestos contra a atuação dos PMs, que não respeitaram a dor da família num momento de perda.