A Polícia Federal de Foz do Iguaçu apreendeu 1.540 comprimidos de analgésicos e medicamentos para impotência sexual trazidos ilegalmente do Paraguai por uma balconista de farmácia, no último sábado. A funcionária, que não teve o nome divulgado pela polícia, tentava atravessar também 62 ampolas de anabolizantes, encomenda que entregaria para um cliente no Brasil. Foi pega em uma vistoria de rotina na Ponte da Amizade, por onde atravessava em um ônibus de linha.
Entre os medicamentos apreendidos estavam aspirina (analgésico), Pramil e Cialis (semelhantes ao conhecido Viagra), além de ampolas de anabolizante. A polícia atribui a compra no país vizinho ao preço dos remédios, bem inferiores aos cobrados no Brasil e vendidos do outro lado da fronteira sem controle. A polícia descobriu os comprimidos embrulhados em um cobertor em posse da mulher, sem documentação legal de importação ou licença da autoridade sanitária.
A balconista trabalhava em uma farmácia no Paraguai e disse à polícia que os remédios eram para um cliente que a aguardava em um hotel nas proximidades da rodoviária de Foz. Autuada em flagrante, deve responder pelos crimes de contrabando e descaminho e venda de produtos sem licença sanitária.
Perigo em caixas
Patrícia Cavallari
Os principais remédios contrabandeados do Paraguai são os anabolizantes, os de combate à disfunção erétil e o Cytotec, usado como um dos mais potentes abortivos. Lançado no Brasil em 1984, para prevenção e tratamento de úlceras gástricas o Cytotec promove contrações uterinas. Por causa dessa ação, o remédio tornou-se o mais popular dos recursos abortivos utilizados no país. O Ministério da Saúde, em 1998, baixou portaria restringindo a venda do produto somente para hospitais credenciados.
De acordo com o farmacêutico Vinícius Galvão, muitos remédios contrabandeados são falsos, o que pode acarretar em efeitos colaterais ou simplesmente não apresentar qualquer eficácia. Quanto aos anabolizantes, Galvão explica que eles são vendidos em farmácias apenas com apresentação de receita médica, que fica retida após a venda do produto. "Eles são usados para reposição hormonal em situações de pós-operatório. Muitos homens usam o medicamento irregularmente para ganhar massa muscular, mas isso pode acarretar queda de cabelo, inchaço na face e, na maioria das vezes, impotência sexual", explica.
Por fim, a grande procura por remédios de combate à disfunção erétil como Viagra e Cialis, se dá pelo baixo custo que ele é vendido quando é contrabandeado. No Brasil, o preço varia entre R$ 50 e R$ 100.