Procurado pela polícia sob a acusação de ter dizimado uma família em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, Juarez Pedreiros Mascarenhas, 39 anos, foi preso na tarde de quinta-feira, em Assis Chateaubriand, Oeste do Paraná, por policiais civis e militares da região. O homem deve ser transferido para Piraquara na próxima semana para ser interrogado e dar explicações sobre o crime hediondo.
Juarez é acusado de ter matado, no início deste ano, quatro pessoas da mesma família e tê-las enterrado no quintal da casa em que moravam na Rua Lindalva Maria Trindade dos Santos, Jardim Holandês. Investigações preliminares apontaram uma dívida contraída por Juarez junto ao seu tio Iran Joaquim Pereira da Silva, 61 anos, como a motivação para a chacina. Iran foi assassinado junto com sua mulher Joana de Pádua Melo, 37, e as filhas dela Angélica de Pádua Melo, 7 anos, e Emanuele de Pádua Mello, 3. Outra criança (Michelle), atualmente com quase dois anos, foi levada por Juarez.
Em maio, após ter vendido a casa em Piraquara – imóvel que pertencia a Iran – Juarez viajou para Assis Chateaubriand em companhia da criança. Na cidade reencontrou com a esposa e, em seguida, os três teriam partido para a comunidade de Santa Rita, no Paraguai. Michelle e a esposa teriam sido obrigadas a viajar.
Preso
De acordo com o delegado de Assis Chateaubriand, Valter Diniz Paes, Juarez foi localizado e preso na residência de um parente. Antes, ele havia conseguido escapar do cerco efetuado pela polícia no matagal. Segundo a polícia, o procurado teria retornado à cidade para obter dinheiro com familiares e, assim, tentar se estabelecer no país vizinho.
Ao ser abordado pelos policiais, Juarez não esboçou reação. A partir de sua transferência para Piraquara é que o paradeiro da pequena Michelle deve ser conhecido. De acordo com o delegado, o preso disse que ficou com a menina para cuidar dela, ?pois ela teria sido abandonada em Piraquara pela família?. Os parentes de Juarez viajaram nessa sexta-feira para o Paraguai para encontrar Michelle. O delegado Valter Diniz afirmou que Juarez negou ter cometido a chacina e que os ?mortos? estariam vivos no Paraguai.
Maldade nas veias
Juarez Pedreiros Mascarenhas é apontado pela polícia como bastante violento e perigoso. Logo após a descoberta dos corpos em Piraquara, o delegado Hertel Rehbein levantou a ficha do acusado. Juarez responde a 17 processos, três assassinatos em Assis Chateaubriand e outro em Toledo e também por delitos mais leves como lesão corporal, furto e dano qualificado. Além da chacina que resultou em quatro mortes, Juarez é suspeito de ter matado Renato Quebec, conhecido por ?Scooby-Doo?, em 14 de maio deste ano.
O primeiro crime aconteceu em 1992, quando matou um vendedor de peixe. Ele foi denunciado à polícia e até hoje acusa a mãe de tê-lo ?dedurado?. Por vingança, a mãe de Juarez está ?jurada de morte?. Depois, ele assassinou mais duas pessoas e foi preso, cumprindo 13 anos de reclusão. Durante esse período fugiu duas vezes da delegacia local. Removido à Colônia Penal Agrícola, fugiu em 2005.