Mesmo com o Estatuto do Desarmamento em pleno vigor, o número de assassinatos cometidos em 2005, com o uso de armas de fogo, aumentou de forma significativa se comparado ao ano passado. Estatísticas do Instituto Médico-Legal, que atende Curitiba e outros 26 municípios vizinhos – que compreendem a Região Metropolitana e outros mais afastados -, mostram que houve um acréscimo de 14,33% nos homicídios por armas ocorridos em 2004 até o dia 30 de dezembro de 2005.
O decreto que regulamentou o estatuto foi publicado no Diário Oficial da União no dia 2 de julho de 2004 e começou a vigorar naquela data. Mesmo em funcionamento a partir do segundo semestre, em 2004, 705 pessoas foram vítimas das armas. Até ontem este número chegava a 806.
Os assassinatos cometidos por arma branca, nesses mesmos locais, aumentaram 16,3% e por agressão física, 49,6%. Mas, na lista das causas de homicídios, a asfixia mecânica está no topo, registrando um número de ocorrências quatro vezes maior que 2004, quando 11 pessoas morreram. Em 2005, foram 42 vítimas.
Para o delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, titular da Delegacia de Homicídios de Curitiba, o aumento no número de assassinatos é considerado normal, compatível com o crescimento da população e da violência. Para a polícia, a criminalidade é imprevisível. Questionado sobre a possibilidade da manutenção desta tendência de crescimento, Cartaxo limitou-se a dizer: "Não sou vidente".
Outros
Em relação aos acidentes de trabalho, que também engrossam as estatísticas, a diferença entre 2004 e 2005 também foi grande. No ano passado apenas dois trabalhadores morreram em serviço, e em 2005 foram 18. Em 2004, 2.717 pessoas foram vítimas da violência e até ontem este número chegava a 2.919. Além dos assassinatos cometidos por arma de fogo, arma branca e agressão física, estes números referem-se também a acidentes de trânsito, de trabalho, atropelamentos, incêndios, veneno, queda, e homicídios por objeto contundente, além de afogamentos, suicídios, entre outros. (PC)
Ano com menos roubos e mais latrocínios
As ocorrências de furtos, roubos e seqüestros relâmpago diminuíram este ano, em relação ao ano passado, na capital paranaense. Em compensação, os números de latrocínios (roubos com morte), aumentaram.
O delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Furtos e Roubos, informou que este ano ocorreram 21 latrocínios, contra 14 no ano anterior. "Destes, seis foram solucionados e os autores estão presos. O restante ainda está sendo investigado", salientou o delegado. Em relação aos roubos, foram 2.506 roubos est e ano, contra 3.487 em 2004. Os furtos também baixaram de 6.282 para 5.400; assim como os seqüestros relâmpago, de 68 para 49.
Recalcatti atribui a queda do número de ocorrências ao trabalho da Polícia Civil, que, segundo ele, desmantelou diversas quadrilhas, prendeu muitos marginais de alta periculosidade e cumpriu diversos mandados de prisão este ano. "Evidentemente não podemos esquecer do trabalho preventivo realizado pela Polícia Militar. Além de diversos bandidos mortos em confronto. Sem dúvida isso influenciou bastante na queda dos boletins de ocorrência", salientou o policial.