Do Natal até ontem, 25 pessoas foram atendidas pelo Hospital Evangélico, em Curitiba, vítimas de queimaduras causadas pela manipulação de fogos de artifício. Desses, 17 casos envolviam crianças e oito foram registrados em adultos. Na virada do ano, 13 pessoas foram atendidas no hospital pelo mesmo motivo.
De acordo com o residente em cirurgia plástica do hospital, Fernando Dalcumune, a virada do ano foi marcada por ocorrências cujos ferimentos foram considerados graves pela equipe do hospital.
“Esse ano tivemos muitos casos de mutilações, amputações de membros, ferimentos oculares e faciais causados pelo uso incorreto dos explosivos. Não considero uma situação atípica, mas, uma data com mais acidentes graves que o usual”, diz Dalcumune.
De acordo com o médico, depois das crianças, homens e jovens são os que mais sofrem ferimentos com os fogos de artifício. “O jovem é mais aventureiro e não toma o cuidado real que o manuseio desse tipo de material exige. Trata-se de um artefato muito perigoso e que as pessoas ainda não sabem como utilizar com segurança”, opina.
No litoral do Estado, o Corpo de Bombeiros não registrou nenhum caso de queimadura proveniente do uso de fogos de artifício. “Ao contrário de Curitiba, as pessoas que passam o ano novo no litoral não ficam tão expostas às bombas quanto quem está na capital. Na praia, por exemplo, a queima de fogos é organizada por profissionais, por isso, a ausência de incidentes”, explica o tenente do Corpo de Bombeiros, Leonardo Mendes dos Santos. De acordo com ele, a ingestão de bebidas alcoólicas também favorece os acidentes.
Cuidados
O médico orienta que, ao sofrer qualquer tipo de queimadura, é preciso lavar o local com água corrente e envolvê-lo com um pano limpo. “Dependendo da gravidade do ferimento, a orientação é levar a vítima diretamente ao hospital. Produtos como pasta de dente, gelo ou café nunca devem ser utilizados, pois as chances de inflamação são muito altas”, reforça Dalcumune.