O mapa da violência de O Estado, com registro de todos os casos de assassinatos em Curitiba e região metropolitana, revela que houve queda de 18% no número de mortes na comparação com agosto de 2009.
Embora o índice seja positivo, a ressalva é que a criminalidade aumentou com relação a julho deste ano. Foram 135 vítimas fatais, 14% a mais que no mês anterior, o mais “tranquilo” do ano.
Os crimes se espalharam por 27 bairros da capital e 13 municípios vizinhos, com média de uma morte a cada cinco horas e meia. Pela primeira vez no ano, o Hugo Lange apareceu no mapa do crime.
Foi lá que o médico neurocirurgião João Carlos Romanus, 74 anos, perdeu a vida, baleado por assaltantes. Na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Cleoniz da Aparecida de Oliveira, 44, foi morta com um tiro na testa ao entrar numa farmácia que estava sendo assaltada.
O crime motivou um protesto de moradores no Conjunto Vitória Régia. Também repercutiu o duplo homicídio do casal Thyago Biato dos Santos, 27, e Agatha Angélica de Souza Moraes, 25. O corpo dele foi desovado em Piraquara, e o dela em Almirante Tamandaré.
Agosto ainda foi marcado por crimes bárbaros, como os triplos homicídios ocorridos no Tatuquara e em São José dos Pinhais. No final do mês, também em São José dos Pinhais, o assassinato do garoto Mauricio de Oliveira Souza, de apenas 11 anos, chocou até mesmo as autoridades policiais.
O menino, vítima de uma emboscada, foi retalhado com várias facadas por três indivíduos, um deles seria o próprio padrasto da vítima. Um ponto positivo foi a diminuição dos homicídios na Cidade Industrial, bairro mais populoso de Curitiba e que lidera o ranking de mortes no ano.
No primeiro semestre, a região teve média de 13,5 vítimas mensais. Em julho e agosto, foram 8 e 7 mortes, respectivamente. Uma das razões para a redução é a recente prisão de vários traficantes da Vila Nossa Senhora da Luz, que guerreavam pelo controle de pontos de venda das drogas.
Mapa
As regiões sul e leste de Curitiba foram as mais afetadas pela violência em agosto. Os oito bairros que mais tiveram mortes fazem parte dessas áreas. Entre eles, o Umbará, que havia sido palco de seis homicídios no ano e explodiu no mês passado, com cinco assassinatos. Na região metropolitana, o destaque negativo foi Pinhais, que dobrou as mortes de julho.