Auditoria em UTIs melhora atendimento aos pacientes

A Secretaria Municipal de Saúde receberá hoje a primeira parcial do relatório da auditoria de todas as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Curitiba. O levantamento foi pedido a partir da prisão da médica Virgínia Soares de Souza – acusada de sete homicídios na UTI Geral do Hospital Evangélico – que completa três meses domingo. O relatório completo só deve ser entregue em agosto.

O caso, em que outras sete pessoas denunciadas (três médicos, três enfermeiros e uma fisioterapeuta), tem um lado positivo para a população. Desde que a auditoria iniciou, alguns problemas na reserva de leitos foram detectados e, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o tempo de espera por uma vaga em UTI reduziu. Em casos não emergenciais, agora está em até 48 horas. Antes os pacientes esperavam uma semana ou mais.

Sigilo

A prisão da chefe da UTI foi no dia 19 de fevereiro e o processo corre em segredo de Justiça, decretado pelo juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri. Recentemente, o caso ganhou mais um capítulo. Segundo a delegada Paulo Brisola, titular do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), mais denúncias surgiram e ela não descarta novas prisões. Pelo menos outras 20 mortes estão sendo investigadas.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) entrou com pedido na Justiça para ter acesso a informações, mas não obteve sucesso.O presidente do Simepar, Murilo Schaefer, teme pelas proporções e exposição que o processo está trazendo, para ele, com condenações antecipadas dos acusados.

“As notícias que sabemos são através da imprensa. Estamos aguardando novas informações sobre o caso para tomarmos as medidas necessárias. Sequer conseguimos falar com os médicos quando estavam presos, o Ministério Público não permitiu”, comenta Murilo. Sem entrar em detalhes, ele afirma que o caso é muito mais crítico do que aparenta. “Existem mais coisas que não estão bem esclarecidas. E se eles (médicos) são apenas bodes expiatórios?”.

Julgamento não foi marcado

O caso envolvendo a médica Virgínia Soares de Souza, completa três meses domingo e com a principal personagem e outros sete acusados aguardando em liberdade a data do julgamento, que ainda não foi definida. O grupo de acusados é formado por quatro médicos, três enfermeiros e uma fisioterapeuta.

Virgínia foi acusada por co-autoria em sete homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha. Os colegas Anderson de Freitas, Edison Anselmo da Silva Junior e Maria Israela Cortez Boccato estão sendo acusados por um homicídio cada e formação de quadrilha, assim como as enfermeiras Laís da Rosa Groff e Patrícia Cristina de Gouveia Ribeiro. A fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes apenas por formação de quadrilha.

Desculpas

Enquanto o Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) realiza novas investigações, o advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, alega que o caso será o maior erro da polícia paranaense. “O governador (Beto Richa) pode preparar uma carta de desculpas porque vai ser o maior erro cometido no Paraná”, justifica.

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