Auditor da Receita assassinado em Maringá

O assassinato a sangue-frio do auditor da Receita Federal José Antônio Sevilha de Souza, na noite da última quinta-feira, em Maringá, está mobilizando equipes de investigadores das polícias Militar, Civil e Federal, além da Procuradoria da República, Ministério Público Estadual e da Justiça Federal. A suspeita inicial é de que o homicídio tenha sido retaliação às investigações comandadas pelo auditor, envolvendo importadoras e contrabandistas.

A ação do assassino foi testemunhada por duas pessoas – um vigilante de rua que trabalha no Jardim Horizonte, bairro onde aconteceu o crime, e uma moradora local, que estava na varanda da casa no momento do assassinato.

As informações das testemunhas, somadas à confirmação de que nenhum pertence da vítima foi levado, permitiram que os investigadores descartassem a hipótese de tentativa de assalto. A dedução de crime premeditado veio após a verificação de que os assassinos esvaziaram o pneu direito traseiro, cientes de que a 30 metros da residência da vítima havia um quebra-molas. Como a vítima entrou pelo lado esquerdo do carro, não verificou o dano no veículo e parou justamente na lombada. Segundo as testemunhas, uma moto vermelha parou próxima ao carro e, da garupa saltou o assassino, que de uma distância de aproximadamente quatro metros efetuou os quatro disparos. Os tiros atingiram o polegar esquerdo, o braço esquerdo, o tórax e a clavícula. Quando o socorro médico chegou, Sevilha já havia morrido. No veículo – um Fiat Brava – foram encontradas cápsulas P-32, versão importada da munição usada em pistolas de calibre 765.

Segundo informou a mãe da vítima, o filho saiu por volta das 21h para fazer uma visita à ex-mulher, internada num hospital da cidade. Desde a separação, o auditor estava morando com a mãe, no Jardim Horizonte, onde a tragédia aconteceu.

Ontem, foram tomados os depoimentos da namorada e de um dos filhos de Sevilha, além das testemunhas. As investigações prosseguem hoje e, na segunda-feira, mais pessoas ligadas à vítima devem ser ouvidas. Hotéis, motéis e a estação rodoviária também são alvos das investigações.

Coincidência ou não, a vítima fazia parte do Conselho Comunitário de Segurança de Maringá, mesma entidade de Rubens Orlandine, morto no último dia 10 no centro de Maringá, após um assalto feito por um menor. Além do engajamento na coibição da violência na cidade, que este ano já registrou 31 mortes violentas, Sevilha travava guerra constante ao contrabando.

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