Dois torcedores atleticanos foram atropelados por um motorista coxa branca na noite do último domingo, depois do Atletiba disputado no Estádio Couto Pereira, no cruzamento das ruas Desembargador Westphalen e Engenheiros Rebouças.
João Henrique Mendes Xavier Vianna, de 22 anos, teve a morte cerebral decretada ontem à tarde pela equipe médica do Hospital do Trabalhador. O outro torcedor, André Zerbinatti, também de 22 anos, teve uma perna quebrada.
O motorista do veículo, Cristofer Martins Salvador Lopes, de 20 anos, estava embriagado e se recusou a fazer o teste do bafômetro, sendo encaminhado à Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba (Dedetran).
Segundo o delegado Armando Braga, o motorista vai responder por lesão corporal qualificada, pela morte do jovem, e por embriaguez ao volante, o que configura dolo eventual.
Na versão que deu para a polícia, Lopes disse que saiu do estádio e estava indo para casa com quatro amigos, quando cruzaram com um grupo de 30 a 40 pessoas da torcida adversária.
“Ao tentar desviar, atropelou as duas pessoas. Ele disse que não parou porque acreditou que seria linchado. Um policial que estava próximo fez a abordagem e o jovem foi autuado em flagrante”, afirmou o delegado.
O reforço na segurança para o Atletiba não evitou a depredação de 28 ônibus e de pelo menos 17 confrontos entre as torcidas. Esse foi o maior número de ônibus danificados nos últimos meses. A média, após jogos de futebol na capital, é seis ônibus danificados, segundo a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs).
Quatro dos 28 ônibus depredados depois do jogo foram levados pela Urbs e pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) para a Praça Rui Barbosa, para que a população pudesse ver os estragos.
Levantamento feito pela Urbs mostra que foram danificados 48 vidros fixos, 12 vidros móveis, dez vidros de portas, quatro alçapões, um vidro-vigia, uma janela, dois para-brisas e uma porta.
A estimativa, segundo o gerente de Fiscalização e Cadastro do Transporte na Urbs, Edson Berleze, é que prejuízo chegue a R$ 6,3 mil. Incluindo mão-de-obra e tempo parado dos coletivos que são retirados da circulação para reparo, esse valor sobe para R$ 300 mil, segundo cálculo do Setransp para vandalismo em ônibus só este ano, na capital.
“Uma das causas disto é a impunidade. Quando uma pessoa é flagrada praticando vandalismo, assina um termo circunstanciado e depois é liberada. O vandalismo só vai acabar quando o responsável tiver que arcar financeiramente com os estragos que causou”, opina o assessor do Setransp, Alexandre Teixeira.
Os ônibus foram atingidos em diferentes pontos, não apenas no entorno dos estádios ou no centro de Curitiba. Terminais de Pinhais, Campo Comprido, Fazendinha e CIC foram alguns deles.
O mais afetado foi um ônibus da linha Fazendinha, pertencente à empresa Água Verde, que teve 18 vidros quebrados, atacado na Avenida Getúlio Vargas, em frente à Baixada, logo após o jogo.
Mesmo com cerca de 600 profissionais para garantir a segurança, a diversidade de horário e de lugares em que as confusões ocorreram dificultaram o trabalho da polícia.
“Os casos começaram a acontecer às 10h e continuaram durante todo o dia. Não tem como impedir alguém de arremessar uma pedra nem prever onde isso vai acontecer”, disse o major da PM Arildo Luís Dias, responsável pela segurança do clássico. Amanhã de manhã, no quartel da PM, ocorre uma reunião da polícia com líderes de torcidas organizadas para fazer um balanço do último clássico.
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