Assentados podem ser traficantes

A delegacia de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Estado, está investigando o possível envolvimento de dois filhos de moradores do Assentamento Antônio Tavares com o tráfico de drogas. Os nomes das pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra (MST) não estão sendo divulgados, mas a polícia esclarece que os investigados não vivem no assentamento e que existem apenas indícios do envolvimento deles com o crime.  

A suspeita surgiu depois que parte da carroceria de um caminhão utilizado para transportar maconha foi encontrada nos fundos da casa de uma família de assentados. No último sábado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil apreenderam cerca de 1,7 tonelada de maconha, parte dela encontrada nesse caminhão. Na noite da última segunda-feira, os próprios sem terra encontraram cerca de 20 quilos da droga numa plantação de trigo no assentamento.

O delegado de São Miguel do Iguaçu, Danilo Cesto, explicou que ainda não há provas que incriminem os assentados, mas há fortes suspeitas contra os dois filhos de um casal de idosos do assentamento. ?A suspeita é de que os filhos estariam se aproveitando do local da casa dos pais, bem próximo ao Lago de Itaipu, para traficar drogas?, informou. Cesto lembrou que este tipo de crime na região é muito comum. ?A maconha vem do Paraguai e é escoada pelo lago, rota de traficantes. Com certeza esses dois homens fazem parte de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas?, afirmou.

Um dos integrantes do assentamento, que preferiu não se identificar, contou que, assim que o MST ficou sabendo do envolvimento dos filhos dos assentados, pediu que o casal se retirasse do local. ?Quando estávamos conversando com o proprietário do lote, chegou o filho dele e disse onde a droga estava escondida. Chamamos a polícia, entregamos tudo e expulsamos a família do assentamento?, disse o sem terra.

Ontem, a coordenação do MST no Paraná divulgou uma nota dizendo que o assentamento está sendo utilizado por traficantes que estariam aliciando ?parentes de trabalhadores a estocar maconha no local? e que o movimento ?é contra essa prática?. O delegado confirmou que os sem terra chamaram a polícia assim que ficaram sabendo da droga e que a família foi expulsa de lá pelos assentados. O delegado informou também que os dois rapazes já têm passagem pela polícia por contrabando e vivem em Santa Terezinha de Itaipu e Foz do Iguaçu. Até agora ninguém foi preso.

O assentamento Antônio Tavares existe há cerca de três anos e abriga 80 famílias em seu território. 

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