Estão presos os autores do latrocínio (roubo com morte) do neurocirurgião João Carlos Romanus, 74 anos, morto com um tiro no peito, na noite de terça-feira. Ele foi ferido durante assalto em frente à sua residência, na Rua Atílio Bório, no Juvevê, divisa com Hugo Lange.

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Maicon de Lima, 18 anos, apontado como o autor do disparo, foi detido em flagrante, em sua residência, no bairro Monte Castelo, em Colombo. Também participou do crime um garoto, de 16 anos, que foi encaminhado à Delegacia do Adolescente. Durante as buscas, um menor, de 17 anos ,foi morto por policiais militares da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), do 17.º Batalhão.

Aliocha Maurício
Maicon, acusa adolescente.

O delegado Geraldo Celezinski, da delegacia do Alto Maracanã, explicou que as prisões aconteceram ainda na noite de terça-feira. O primeiro suspeito detido foi um menino, de 13 anos, que esteve com os autores do crime momentos antes do latrocínio.

“Os três tentaram assaltar um casal, na Rua Itupava, mas não deu certo e fugiram. Dois foram para um lado e esse menino correu para o outro”, disse o delegado.

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Fuga

O garoto foi apreendido pela polícia, ao mesmo tempo em que a dupla abordava o médico, a duas quadras dali. “Eles queriam roubar o carro da vítima para fugir, mas João Carlos tentou dar ré e foi baleado. Os marginais tiraram o médico do veículo e fugiram, com o adolescente ao volante e Maicon no banco do passageiro”, relatou Celezinski.

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Pouco depois, o Polo do médico foi abandonado no Monte Castelo, em Colombo. Diversas viaturas da Polícia Militar patrulharam a região, na tentativa de localizar os suspeitos.

Maicon foi preso em sua residência. Mais tarde, em outra abordagem, próximo de onde estava o carro, o comparsa dele foi apreendido. Outros menores foram levados à delegacia, mas foram ouvidos e liberados, porque não tiveram envolvimento no latrocínio do médico.

De acordo com o delegado, os dois detidos admitem ter abordado o médico, mas um acusa o outro de ter efetuado o disparo. A arma usada no crime não foi localizada.

Confronto

Numa das abordagens realizadas por policiais da Rotam, na Rua dos Funcionários, também no Monte Castelo, um adolescente, de 17 anos teria fugido e se escondido numa casa. De acordo com a PM, ele teria reagido, e foi morto na troca de tiros. Com ele, foi apreendido um revólver calibre 38, com duas munições deflagradas.

Classe médica se revolta

Marcelo Vellinho

O médico João Carlos Romanus formou-se na Universidade Federal do Paraná (UFPR), atuava no Hospital do Instituto de Medicina e Cirurgia do Paraná e era membro-titular da Sociedade Brasileira de Neurologia e da Sociedade Paranaense de Neurologia. Seu corpo foi sepultado na tarde de ontem, na Comuna Evangélica Luterana, no Boqueirão.

Indignação

A Associação Médica do Paraná mostrou-se revoltada com o crime. De acordo com a nota repassada à imprensa, “o assassinato do médico é mais uma mostra da falta de segurança e do descaso das autoridades com a prevenção e o combate à criminalidade em Curitiba e nas demais cidades do Estado”.

O presidente da associação, José Fernando Macedo, também lamentou: “A trágica morte de Romanus é uma perda imensa para todo o Paraná, pois o neurocirurgião era um profissional que significava muito para a medicina de nosso Estado”.