Cometer um crime de madrugada, em frente ao cemitério de Rio Branco do Sul, na Rua Generoso Marques, centro da cidade, não foi suficientemente macabro para os assassinos de Osmar de Paula, 17 anos, o “Grilo”. Eles esmagaram o crânio e fincaram uma cruz de ferro no umbigo do garoto, encontrado morto às 9h30 de ontem.
O próprio irmão de Osmar, de 20 anos, localizou o corpo no matagal, em frente ao cemitério. O adolescente não aparecia em casa desde o meio-dia de terça-feira, o que tirou o sono da mãe, Odete de Paula, 39 anos. Na manhã de ontem, ela perguntou pelo filho a dois amigos dele, que também moram no bairro Santo Antônio. “Um deles falou que não viu Osmar, mas disse para eu procurar no mato do cemitério”, contou a mulher.
Crueldade
Odete seguiu a indicação e seu outro filho, ajudando nas buscas, encontrou o irmão. Osmar teve a cabeça esmagada a pedradas e uma cruz de ferro azul – provavelmente roubada do cemitério – cravada no umbigo. O objeto atravessou-lhe o corpo e ficou com a ponta cravada na terra. As alças de uma mochila foram usadas para amarrar os pulsos da vítima. “Quem o matou estava com muita raiva”, comentou do soldado Medeiros, do 17.º Batalhão da Polícia Militar.
Segundo a perita Vilma Benkendorf, da Polícia Científica, o crime provavelmente foi cometido de madrugada. Não há residências próximas, o que dificultou a localização de testemunhas ou de alguém que tivesse ouvido algum som que denunciasse o crime.
Segundo policiais da delegacia da cidade, Osmar foi detido algumas vezes, sob acusação de furto. “Ele fazia parte de um grupo que costumava usar drogas dentro do cemitério”, comentou o investigador Senival. Alguma briga envolvendo produtos de furto ou o consumo de entorpecentes são as primeiras hipóteses do crime.
Os amigos da vítima, que indicaram o local do corpo, serão chamados para depor na delegacia. “Ou eles estão envolvidos, os sabem quem matou meu filho”, acreditava Odete, chorando a morte sádica de Osmar. “Ele cuidava dos irmãos menores. Não merecia este fim”, lamentou.