Assassino sobre rodas

A irresponsabilidade de um motorista destruiu a vida de uma família no final da manhã de ontem. Olinda Drabeski, 83 anos, e sua neta, Stephany Drabeski Cordeiro, 8, foram atropeladas e mortas quando tentavam atravessar a Rua Eduardo Carlos Pereira (via rápida bairro-centro), no Novo Mundo, para chegar ao conjunto residencial onde moravam. Não há como precisar o ponto exato do impacto, pois não foram encontradas marcas de frenagem no asfalto e os corpos, assim como pedaços do farol do veículo atropelador, o Volvo placa ABE-1818, e pertences pessoais das vítimas, ficaram espalhados num raio de quase 80 metros.

O condutor do Volvo abandonou o veículo e fugiu. No local foram apresentadas duas versões para o atropelamento, mas nenhuma oficial. ?Parece que se tratou de um racha e que o Volvo estaria em alta velocidade. Pela situação encontrada, o carro deveria estar a mais de 130 quilômetros por hora?, comentou o tenente Sílvio Cezar, da PM. O suposto racha envolveria um veículo de cor branca, cujas características não foram anotadas. Outra hipótese aventada é que, devido ao excesso de velocidade, o Volvo teria furado o sinal vermelho e atropelado as pessoas.

Olinda e Stepahny morreram
na hora.

O acidente ocorreu por volta das 11h30 entre as ruas Rosalino Mazziotti e Ildefonso de França. Nessa quadra, o trânsito foi totalmente interditado para dar atendimento à situação.

O corpo de Olinda, mutilado, estava caído a cerca de 50 metros da faixa de pedestres e o de Stephany, dez metros adiante. Ambos estatelados na pista. Espalhados no asfalto era possível encontrar pertences pessoais das vítimas. Vó e neta tiveram morte instantânea. ?Chegamos logo após o atropelamento, mas nada pôde ser feito?, informou o capitão Mello, do Corpo de Bombeiros. O trânsito somente foi liberado na via rápida por volta das 13h.

Fuga

De acordo com o tenente Silvio, o condutor do Volvo não parou depois do atropelamento. ?Temos a informação de que ele tentou fugir e um motoqueiro fez com que parasse o veículo.

O atropelador desceu do Volvo e correu em direção a outro carro, que lhe deu fuga?, contou o policial.

O nome do responsável pelo atropelamento não foi descoberto. Segundo o tenente, constatou-se apenas que o carro já foi vendido diversas vezes e a polícia está tentando encontrar o atual proprietário. ?Localizamos o homem cujo nome está nos documentos do carro, mas ele disse que já passou o Volvo para frente?, concluiu o tenente.

Filha e mãe das vítimas é retirada pela ambulância

Enquanto peritos recolhiam material para análise e os bombeiros aguardavam a presença do Instituto Médico-Legal para a retirada dos corpos, Lúcia Drabeski (mãe de Stephany e filha de Olinda) chegou ao local amparada por vizinhos. Ao tomar ciência do ocorrido, sentiu-se mal e foi retirada do local pelo Siate. De acordo com informações de vizinhos, as três moravam juntas em um dos apartamentos do Conjunto Habitacional Novo Mundo, exatamente em frente ao local do atropelamento.

O duplo atropelamento chocou os moradores. Muitos deles saíram para acompanhar o trabalho das polícias. Suas faces mostravam um misto de dor e revolta.

Anita Gugelmin é síndica do condomínio há sete meses e contou que os moradores convivem com o medo constante de se envolver em acidentes. Segundo Anita, é necessário instalar uma lombada eletrônica, ou radar, em frente ao condomínio para que os motoristas reduzam a velocidade. ?Isso aqui é uma ?pista de corrida? 24 horas por dia. A preocupação é diária, seja com familiares ou com amigos?, relatou. O condomínio tem 546 apartamentos e mais de duas mil pessoas residem lá.

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