“Matei porque os caras eram da gangue rival, lá do São Marcos”, confessou sorrindo e sem cerimônias Indiomar Cleyton Baez, o “Índio”, 20 anos, integrante da gangue do Jardim Carmem. Ele foi preso por estes crimes, escapou da cadeia de São José dos Pinhais, no início de novembro, e foi recapturado anteontem. Ele também foi pego por assalto. Em apenas 30 segundos, ele e mais quatro comparsas roubaram um posto de combustíveis na BR-376, na última segunda-feira.
O assalto ocorreu às 20h44. Os cinco chegaram ao Posto Consul num Palio. “Índio” usava uma garrucha com munição calibre 36. Ele e mais um bandido entraram na loja de conveniência e levaram R$ 2.400. Ontem, contou o delegado Gulherme Rangel, a polícia circulava pelo Jardim Carmem quando viu “Índio” na rua. O ladrão foi preso e entregou o adolescente que estava com ele no roubo. O garoto, de 15 anos, também foi apreendido.
A polícia já identificou os outros comparsas de “Índio” e solicitou suas prisões preventivas. “Índio” confessou o roubo, alegando que estava precisando de dinheiro para fazer umas “fitas”.
Guerra
Há anos as gangues do Jardim Carmem e da Planta São Marcos vêm se estranhando. Uma gangue mata, a outra revida e os homicídios não tem fim. “Índio” é suspeito de pelo menos cinco assassinatos, praticados com Welber Rodrigues da Silva, o “Binho”, que fugiu da cadeia junto com “Índio”, e continua na rua.
Aos dois, a Polícia Civil atribui as mortes de Luana Sabrina Ferreira, 15 anos, em 3 de janeiro; Renata Águida dos Santos, 21, em 14 de janeiro; Jonathan Soares Doria, 18, em 3 de maio; além de Alexsandro Pastore, 20, e Patrick Pedro David, 16, mortos juntos no dia 6 de julho. Neste último crime, também ficaram feridos Wesley da Silva, 17, e Milena David (irmã de Patrick), 21.
Ainda pelo que apurou o superintendente Clóvis Pinheiro, “Índio” e “Binho” são fiéis escudeiros da quadrilha do traficante Nilsonsey Jorge da Silva, o “Ni”, assassinado em 29 de janeiro.