Foto: Alberto Melnechuky/Tribuna |
Curiosos observam o corpo bebendo batida de coco, no Tatuquara. |
Silva Venâncio de Oliveira, 37 anos, sobreviveu a 11 tiros, mas na noite de quarta-feira foi atacado a golpes de faca e morreu. O crime aconteceu na Rua Delegado Bruno de Almeida, entre as vilas Santa Luzia e Zanon, no Tatuquara. Há aproximadamente sete anos, ele matou uma mulher da região, também a facadas. Depois de ter sido baleado, há cerca de cinco anos, Silva desapareceu do bairro e só voltou na semana passada. Pelo seu passado, os investigadores Castro e Joacir, da Delegacia de Homicídios, acreditam em crime por vingança, mas não descartam outras hipóteses, como desavença por drogas ou furto. "Vamos investigar se a vítima está envolvida em outros delitos", comentou Joacir. No local do crime, cercado por chácaras, ninguém soube dizer quem matou Silva. Algumas pessoas apenas comentaram que ele foi visto trabalhando, na última semana, em uma construção na Vila Olinda, não muito longe de onde foi morto.
Facadas
O homem foi assassinado com quatro pontaços nas costas e dois cortes no rosto, de acordo com levantamento preliminar do perito Elmir, da Polícia Científica. Ao lado do corpo foi encontrada uma faca de 20 cm de lâmina, sem vestígios de sangue. Porém, a alguns metros de Silva, no topo de um pequeno barranco, ao pé de uma cerca, a arma do crime foi abandonada: um facão, com 30 cm de lâmina, jogado na grama.
Silva respondia a um processo por homicídio, conforme levantado pelos soldados Arbugeri, Aurélio e Teixeira, do Projeto Povo Umbará, vinculado ao 13.º Batalhão da Polícia Militar. Moradores da região reconheceram a vítima como o assassino de uma mulher. "Era vizinha dele. O marido dela morreu há uns três meses, de doença", comentou um homem, que não quis se identificar.
De acordo com conhecidos de Silva, ele não foi preso pelo crime e dois anos depois sofreu um atentado, também na Rua Delegado Bruno de Almeida. Ele teria levado 11 tiros, ficou internado e sobreviveu. Daquela data em diante, desapareceu do bairro. "Pensei que ele já estivesse morto", disse o mesmo morador.
O assassinato de Silva parecia não ter chocado as pessoas que se reuniram para acompanhar o trabalho da polícia. Muitos eram adolescentes que bebiam batida de coco em volta do cadáver.