Assassino de crianças diz ter dupla personalidade

O corpo de um garoto de 10 anos foi encontrado ontem em Soledade, no Rio Grande do Sul. Ele é mais uma vítima de Adriano da Silva, 25 anos, que confessou ter matado 14 crianças em cidades gaúchas, desde agosto de 2002. O próprio Adriano mostrou à polícia onde estava o cadáver.

O assassino já esteve preso em União da Vitória (PR) pelo homicídio de um taxista, mas estava foragido da Justiça paranaense. Ele também foi reconhecido pelo garoto raptado junto com a irmã, em Florestópolis, Norte do Paraná, no final do ano. A menina ainda não foi encontrada.

Em três das mortes assumidas por Adriano, ele afirmou ter abusado sexualmente dos cadáveres. ?Nós matamos. Eu e a pessoa que está dentro de mim?, disse em sua confissão. A frieza de Adriano ao relatar como executou as vítimas impressionou a promotora e o advogado que ouviram as confissões. O matador foi recolhido à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas.

Falha

Adriano já havia sido preso em Passo Fundo, em setembro de 2003, mas se apresentou com a identidade de seu irmão, Gabriel. Como na época o Rio Grande do Sul não estava ligado ao Infoseg – Programa de Integração Nacional de Informações de Justiça e Segurança Pública -, a polícia local não ficou sabendo que ele era foragido da Justiça paranaense e o liberou por falta de provas.

Segundo divulgado pela Secretaria da Segurança Pública, somente em novembro a delegacia de União da Vitória foi consultada pela polícia gaúcha e a identidade de ?Gabriel? esclarecida. Ainda de acordo com a Secretaria, em maio de 2003 o Paraná limpou seu banco de dados do Infoseg porque havia incompatibilidade de informações.

?Esta situação gerava injustiças aos cidadãos que tinham seus mandados de prisão revogados pelo Poder Judiciário, uma vez que o cadastro nacional não estava atualizado?, diz a nota da Secretaria. Em virtude de uma série de falhas constatadas no atual sistema (Infoseg) – como a demora para a atualização das informações -, cinco estados do País (Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia) estão desenvolvendo um programa que poderá substituir o atual de forma mais eficiente.

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