?Assassino? de cães revolta moradores em Piraquara

A morte definitivamente está rondando o cemitério Bom Jesus dos Passos, localizado entre as vilas Juliana e Santa Maria, em Piraquara. Laika, Mickey e Dini foram algumas das dezenas de vítimas de um matador de cães que age na região. No último mês, pelo menos 20 cachorros foram envenenados com o conhecido "chumbinho", e encontrados mortos nos quintais das casas localizadas próximas ao cemitério. Os moradores afirmam que a matança serve para facilitar roubos e arrombamentos, uma vez que os animais são a segurança das residências.

Basta andar pelas ruas que contornam o cemitério que logo alguém conta que seu animal de estimação foi vítima do "serial killer" (matador em série). Na madrugada da última segunda-feira, os quatro cachorros do comerciante João Alves, 48 anos, fizeram um barulho estranho. Quando ele foi ver o que acontecia viu Mickey, Laika e Napoleão mortos. Ao abrir a boca de um dos cães, João encontrou o veneno de rato misturado com um pedaço de carne. "No dia seguinte, um cara entrou no meu quintal e estava roubando um frango. A Xuxinha, que sobreviveu e está grávida, latiu e eu atirei um tijolo no ladrão, que fugiu correndo", relata o comerciante.

Também na madrugada de segunda-feira, as duas cadelas da servente Marivane de Campos Veiga, 30, foram envenenadas. "Quando acordamos, encontramos Dini morta nos fundos da casa e a Dálmatas em frente ao portão. Dini era a mais velha e sempre latia quando alguém chegava perto da casa. Meu filho ficou desesperado. Ele era muito apegado ao bichinho", conta a mulher.

Entre vários moradores, a comerciante Marlene Felizberto, 44, teve sorte. Seu pitbull também foi envenenado, mas ela o levou às pressas ao veterinário, que conseguiu salvá-lo. "Gastei R$ 120 com remédios e Tander conseguiu sobreviver", diz.

Roubos

No Brasil há 20 milhões de cães, cerca de um para cada sete pessoas. Além do apego pelos animais, a segurança que eles proporcionam é outro motivo que faz com que as casas tenham, pelo menos, um cachorro correndo pelo quintal. Nas residências daqueles bairros de Piraquara, os animais são a principal forma de segurança.

Todos os cães envenenados ficavam soltos nos quintais das casas próximas ao cemitério, que é freqüentemente usado para uso e tráfico de drogas. Os moradores não têm dúvidas de que a intenção é acabar com os cães para facilitar os furtos.

Para evitar novas mortes, os donos tomam medidas alternativas. "Eu recolho a Sacha, que tem 6 anos, e a Pink, que já tem 15, dentro da minha casa durante a noite. É um absurdo, mas ao invés dos cães nos protegerem somos nós que temos que protegê-los", contou Eliane Ardewijn, 42, que foi uma das poucas moradores da região que conseguiu salvar seus cães do matador.

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