Átila Alberti
Ananias vai voltar pro banco.

Dezoito anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Esta foi a sentença de Ananias de Oliveira Camargo, 30 anos, lida à 1h10 de ontem pelo juiz Fernando Ferreira Moraes, da 1.ª Vara do Tribunal do Júri, após 25 horas de julgamento. Por seis votos a um, os jurados decidiram que Ananias matou o cabeleireiro Alceu Cruz, em 4 de abril de 2002, em Almirante Tamandaré.

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O advogado Adriano Sérgio Nunes Breta apelou da condenação. ?Acreditamos que o entendimento é contrário à prova dos autos?, disse o defensor. Encerrado o julgamento, Ananias retornou para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, onde está recolhido. ?Mesmo se fosse absolvido não seria libertado, porque cumpre pena por roubo e tem outras prisões decretadas por outros crimes?, comentou o defensor.

Quadrilha

Em breve, Ananias deverá sentar no banco dos réus novamente. Apontado como um dos integrantes mais perigosos da quadrilha que executava mulheres e homens em Almirante Tamandaré. Ele foi o primeiro a enfrentar julgamento. Em 2002, Ananias foi preso junto com 16 pessoas, entre elas vários policiais militares e um escrivão da Polícia Civil.

Todos foram colocados em liberdade em novembro do ano passado, após permancerem quatro anos e sete meses recolhidos no sistema penitenciário. Só continuaram presos aqueles que respondiam por outros crimes. De acordo com a acusação, além das mortes a quadrilha está envolvida com tráfico de drogas e de armas e com assaltos.

Extermínio

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Durante três anos, 21 mulheres e vários homens foram executados em Almirante Tamandaré. Os crimes cessaram com as prisões. Ananias ainda será julgado pela morte da doméstica Suzane Moura Gazane, 22 anos. Ele também é apontado como autor da morte de Alceu Rodrigues, o ?BA?, assassinado em 9 de maio de 2002. Outra morte atribuída a ele é a do dono de uma boate em Almirante Tamadaré, Carlins Proeça, conhecido como ?Sílvio?.