Wesley Cezar de Oliveira, mais conhecido como “Cebola”, 21 anos, confessou ser o assassino do analista de sistemas Cláudio Antônio Soncin, 38 anos. O rapaz alegou que o motivo do crime foi Cláudio tê-lo obrigado a manter relações sexuais na madrugada de domingo. Depois da morte, aproveitou para se apoderar de alguns pertences. O delegado Armando Braga, que trabalha no caso, indiciou Wesley por latrocínio. Wesley foi preso no início da tarde de ontem, pelos investigadores Marcos e Jairo, em sua casa na Rua Eduardo Pinto da Rocha, 421, Alto Boqueirão.
O delegado titular da DH, Stélio Machado, se encarregou de solicitar a prisão preventiva do rapaz ao juiz Marcelo Ferreira, que a decretou de imediato. O delegado Armando contou que foram quase dois dias de investigação e análise de fotos de diversos homens nus e do diário de Cláudio, para chegar à autoria. “Ele relatou detalhes que conferem com a cena do crime”, salientou o policial.
Braga enfatizou que o jovem admitiu ter levado da casa do analista de sistemas um aparelho de som, um videocassete e um DVD, além de R$ 100,00 que estavam na carteira. “Já localizamos a pessoa que comprou o videocassete por R$ 195,00. Wesley falou para o comprador que o equipamento era seu”, informou o delegado. Ele disse que o aparelho de som também foi recuperado e estava manchado de sangue.
Depoimento
O rapaz relatou o seu convívio com Cláudio desde a data em que os dois se conheceram. Em seu depoimento à polícia, Wesley disse que conheceu o analista de sistemas em uma boate, freqüentada por homossexuais, no centro da cidade, há aproximadamente três meses. Na ocasião, os dois trocaram números de telefones e posteriormente marcaram outro encontro.
Uma semana depois, Cláudio e Wesley marcaram um novo encontro na boate. Novamente o analista de sistemas lhe pagou uma caipirinha, mas desta vez teria lhe dado duas “buchas” de cocaína. “Cheiramos no banheiro e depois mantivemos relação em um quarto escuro da boate. Ele sempre comprava cocaína e me pagava R$ 20,00”, revelou o jovem.
Crime
Segundo Wesley, só no dia 24 de janeiro Cláudio o levou até sua residência, na Rua Francisco Maravalhas, Jardim das Américas. “Naquele sábado dormi lá. No domingo tomei banho e fui para casa depois de receber o pagamento”, contou o jovem. Após esta data, Wesley começou a telefonar para Cláudio pedindo mais dinheiro.
Os dois só se encontraram novamente no dia 7 de fevereiro, na casa do analista de sistemas, onde Wesley chegou às 20h, e os dois ficaram vendo televisão. Por volta da meia-noite, Cláudio deu cocaína para Wesley cheirar sozinho e, em seguida foram dormir, segundo o depoimento do detido. “Mais ou menos à 1h30 ele foi até o quarto onde eu dormia e queria manter relação sexual, só que ele queria ser o ativo. Não concordei, mas ele insistiu e me agarrou”, alegou Wesley.
Ele afirmou que os dois lutaram, mas que Cláudio era mais forte. Então desceu até a cozinha e apanhou a faca. “Eu só queria me livrar dele e dei várias facadas até ele cair”, contou, dizendo que também se cortou durante a briga.
Fuga
Provavelmente Cláudio já estava sem vida quando Wesley foi até o banheiro se lavar, vestiu as roupas e depois levou alguns aparelhos até a sala. Não se contentando, Wesley subiu novamente e pegou dinheiro da carteira da vítima. Na seqüência, colocou tudo no Pegeot da vítima e foi até a sua casa, na Vila Osternack, onde descarregou as mercadorias e depois abandonou o carro na entrada da Vila Pantanal. O veículo foi encontrado pela polícia no início da tarde com manchas de sangue. Os investigadores Marcos e Jairo apuraram o endereço do proprietário e acabaram localizando o corpo horas depois.
