O assassinato do agente penitenciário Luiz Cláudio Rodrigues, 34 anos, ocorrido na madrugada de terça-feira passada, em Piraquara, foi mesmo em decorrência de uma discussão por motivo banal. O autor do crime – o pizzaiolo Daniel Ricardo Júnior, 22 anos, morador naquela cidade – apresentou-se ontem, na delegacia local, e entregou o revólver, calibre 38, usado para o crime. Ele deu sua versão dos fatos, corroborada pelos amigos que testemunharam a cena, foi indiciado em inquérito e em seguida liberado.
Na versão do homicida, ele e três amigos foram ao Bar La Bamba, na esquina das ruas Tirol e Camboriú, na Vila Santiago, e passaram a noite bebendo. O estabelecimento é de propriedade da mulher do agente penitenciário e, naquela noite, era ele quem atendia ao balcão. Ao término da noitada, os clientes pediram uma nota fiscal, o que lhe foi recusado pelos comerciantes. Irritados, levantaram-se e afirmaram que iriam sair sem pagar.
Briga
Quando os quatro já deixavam o bar, o agente penitenciário e duas pessoas – ainda de acordo com a versão do homicida – os perseguiram armados com tacos de bilhar. Houve pancadaria generalizada, até que Daniel sacou do revólver e atirou várias vezes. Matou Luiz Cláudio na hora e feriu dois homens, conhecidos por Carlos e Paulo. Ambos foram conduzidos ao hospital pela Polícia Militar. Segundo o delegado Hertel Rehbein, eles já receberam alta, mas ainda não foram ouvidos no inquérito.
Quanto à arma usada no crime, o autor revelou tê-la comprado há um ano de um desconhecido. Ele não tinha porte nem registro do revólver.
Depois do crime chegou a ser aventada a hipótese da morte ter sido "encomendada" por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) – facção criminosa que atua nos presídios de todo o País – por vingança. Até porque, há tempos, há comentários de que existe uma lista com nomes de autoridades e funcionários do sistema penitenciário que estariam "jurados" de morte pela facção. Com a apresentação do autor, a suspeita cai por terra.