A Polícia Civil procura pelo segundo responsável de uma das mortes que teria acabado com a paz na Vila Torres. Willian Michel Avelar, 25 anos, conhecido como “Guila”, é acusado de matar Marcio Napoleão de Almeida, o “Marcinho”, junto com Gilson Carlos da Silva, o Tévez.
O crime, que teria dado início à matança, foi no dia 19 de julho do ano passado, na Rua Manoel Martins de Abreu, local onde acontece a maioria dos homicídios na região.
Willian era procurado pela polícia desde abril, quando Tévez foi preso, e o delegado Fábio Amaro, responsável pelas investigações da área da Vila Torres na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descobriu quem seria o outro envolvido. O mandado de prisão saiu nessa semana e agora ele é considerado foragido.
O crime
Tévez foi preso por envolvimento na morte de Maicon Santos Rodrigues de Campos, de 25 anos, em 1.º de fevereiro. “Com a prisão, ele confessou participação na morte do Marcinho e descobrimos quando a paz na Vila Torres acabou. Eles roubaram uma Fiat Strada para assassinar o rapaz”, contou. Marcinho era suspeito de matar o irmão de Willian, condutor da Fiat Strada roubada. “O que eles fizeram foi vingança”.
As investigações dos homicídios na Vila Torres apontam que as várias mortes no local começaram depois de uma suposta quebra de um pacto de paz entre duas gangues. “As gangues conhecidas como a de cima e a de baixo. Isso sem dúvida foi o estopim”, explicou Fabio Amaro.
Pacto de Paz
Os investigadores da Delegacia de Homicídios descobriram que havia um “Pacto de Paz” na Vila Torres. “Este pacto foi feito entre as duas gangues rivais. Ninguém mataria ninguém, mas o pacto foi quebrado com a morte de Marcinho”.
O rapaz pertencia a uma das famílias apontadas como comandantes da região, a família Napoleão. Com o pacto quebrado, a guerra entre as duas gangues voltou a acontecer.
Desenrolar
Através de denúncias, o delegado chegou a vários nomes e possíveis autorias dos homicídios que aconteceram nos últimos meses na Vila Torres. Alguns nomes sem a possibilidade de divulgação por causa das investigações, mas outros, como o de Keoma Alves dos Santos, 25 anos, e Jeferson Rogerio Pereira da Rocha, 21, foram divulgados.
Um mês depois da divulgação, Keoma foi preso pela Polícia Civil e dez dias atrás, Jeferson foi detido pela Polícia Militar. O jovem Keoma, que é considerado um dos principais causadores da guerra entre gangues é suspeito de matar, com 18 tiros, Valdecir da Silva, 45, o “Gordão”, dentro de um táxi na Rua Manoel Martins de Abreu, em 16 de janeiro.
O homem foi morto porque teria uma divida de 100 gramas de crack para a quadrilha de Keoma. O taxista foi atingido de raspão. “Outra pessoa, acusada de ajudar Keoma a matar Valdecir, ainda é procurada. Essa pessoa seria da convivência da vítima, não podemos dar o nome nem dela, porque sabemos que irá fugir”, explicou o delegado.
Keoma também tem envolvimento em um triplo homicídio, cometido em 5 de março, na Rua Irineu Adami. Os irmãos Thiago e Diego do Rosário, 20 e 18 anos, e o amigo deles, Evandro Canuto dos Santos, 24, foram mortos depois de um desacordo. Segundo a polícia, os três eram da gangue de Keoma, a da “de cima”.
De todos os procurados pela polícia, apenas Willian continua foragido e a polícia pede ajuda para capturá-lo. “Nós sabemos que ele está escondido em algum lugar na Vila Torres. Já tentamos inúmeras vezes encontra-lo por lá, mas sem sucesso. Precisamos de denúncias”. Quem tiver informações deve ligar gratuitamente para o número 0800-643-1121.