Gilmar de Souza, 28 anos, autor do assassinato da ex-noiva, Simone Blaskiesvi, 16 anos, e da mãe dela, Terezinha Blaskiesvi, 35, morreu às 14h40 de ontem, no Hospital Cajuru. Ele havia atirado contra a própria cabeça, após matar as duas mulheres. Ontem o delegado Messias Rosa, da delegacia do Alto Maracanã, mostrou duas cartas manuscritas. Uma deixada por Gilmar para sua mãe, dizendo que a amava, e a outra de Simone, endereçada a Gilmar e datada no último dia 9 de junho, três dias antes da tragédia que ocorreu no Dia dos Namorados.
Apesar de ter terminado o relacionamento com Gilmar há dois meses e estar namorando um primo dele, Simone escreveu uma carta dizendo que o amava muito. “Hoje, amanhã e sempre”, escreveu ela, relatando ainda que não seria fácil continuar vivendo sem ele.
O delegado disse que Simone esteve na delegacia na quarta-feira, acompanhada de sua mãe. “Elas explicaram que estavam sendo ameaçadas por Gilmar, mas como ameaça é um crime que tem que ser representado, elas não quiseram fazer o Termo Circusntanciado e foram embora”, salientou o delegado. “Não senti muita firmeza na garota em registrar a ocorrência e ela disse que retornava depois”, relatou o policial.
Ele acredita que apesar de ter procurado a polícia a moça deveria gostar do rapaz ainda. “Chegamos a essa dedução pela carta que ela escreveu.”
Gilmar deixou uma outra carta. Apesar de erros grotescos de português, percebe-se que a carta era para sua mãe. Ele reclamava que alguém estava o acusando que fazer coisas que não tinha feito e que era humilhado por Terezinha e o marido dela. Gilmar escreveu que sempre foi trabalhador e cometeu os assassinatos porque o humilharam.
Tragédia
Gilmar chegou à casa de Simone, na Rua Isaías Barbosa, Jardim Eucalipto, em Colombo, às 13h40, pediu para que ela o levasse para ver umas fotografias. A jovem foi com o ex-noivo até o quarto, onde foi assassinada com dois tiros na cabeça. Quando saía da casa, atirou na mãe da garota, Terezinha, ferindo-a fatalmente no peito. Depois saiu correndo carregando a arma, um revólver calibre 32. Quando a polícia chegou ele estava a poucos metros da moradia, na Rua Sebastião Balber, andando de um lado para o outro, com a arma apontada para a sua própria cabeça. O dilema durou quatro horas, até que às 17h53, demonstrando muito cansaço, ele puxou o gatilho. Gilmar ainda foi socorrido pelo Siate e levado ao Hospital Cajuru, mas não resistiu aos ferimentos.