Sem dizer aonde ia, o chacareiro Dionísio de Paula Bandeira, 27 anos, sumiu entre as árvores da fazenda onde trabalhava, em Campina Grande do Sul, no final da manhã de terça-feira. Horas depois, preocupados com o rapaz, amigos e familiares iniciaram buscas pelo mato fechado e encontraram Dionísio morto a tiros de calibre 12, provavelmente vítima de tocaia. Por causa do difícil acesso ao local do crime, o corpo só foi resgatado ontem.
Dionísio cuidava da fazenda há cerca de 8 meses. Foi seu amigo Antônio de Paula Pereira, que trabalha lá há 14 anos, que lhe arrumou o emprego, para que pudesse sustentar a esposa e o casal de filhos pequenos. Porém, ao que tudo indica, nesse tempo, o chacareiro criou uma rixa com vigias de uma fazenda vizinha, o que pode ter lhe custado a vida.
Tocaia
?É possível que tenham feito uma tocaia. Talvez ele tenha cruzado as áreas das fazendas. Dinonísio foi atingido no queixo e nas costas?, disse Antônio, que confirmou que o amigo tinha desavença com o ?pessoal? do terreno ao lado. O pai da vítima, Joaquim Bandeira, tem a mesma opinião sobre a autoria do crime. ?Dionísio não se dava bem com os guardas de outras fazendas. Quando um ultrapassava a área do outro, sempre dava briga?, lembrou.
O que chamou a atenção do amigo é que a função que Dionísio realizava na fazenda não exigia que caminhasse pelo matagal. ?A gente só tinha que ficar aqui na casinha e, se percebesse alguma coisa estranha, era para avisar os proprietários. Tanto que não usamos armas?, lembrou Antônio. Mesmo assim, inexplicavelmente, Dionísio andou tanto que encontrou a morte a três quilômetros da moradia. Segundo o amigo, o terreno da fazenda, situada próximo à divisa com São Paulo, tem área de aproximadamente 6 mil alqueires.
Apesar dos comentários de que o autor dos disparos seria alguém da região, o soldado Luís, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, que atendeu à ocorrência, não confirmou a hipótese. O caso será investigado pela delegacia de Campina Grande do Sul.