João Marcos Aparecido Gonçalves, 21 anos, foi morto com dois tiros a menos de 100 metros de sua casa, na Rua Campina Grande do Sul, Vila Ajambi, em Almirante Tamandaré, às 21h de quinta-feira. A pouco mais de um quilômetro dali, na mesma rua, um assaltante foi baleado, cerca de 15 minutos antes. A proximidade dos horários e dos locais fez a polícia levantar a hipótese de uma ligação entre os fatos, o que está sendo investigado pela delegacia local.

Ameaças

No trecho escuro da rua, ninguém viu quem matou João. Para o cabo Souza e o soldado Lima, do 17.º BPM, os moradores disseram ter ouvido três disparos, mas não contaram nada além disso. O rapaz, solteiro, servente de pedreiro, foi atingido por um tiro na cabeça e outro nas costas, de acordo com avaliação preliminar da perita Vilma, da Polícia Científica. Uma tia dele disse que João já tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma e que sofrera ameaças. “Ele contou que quatro amigos dele tinham sido mortos, um a um”, relatou, completando que disseram à mãe da vítima para ela não estranhar se um dia o filho aparecesse morto. Porém, a mulher não soube contar mais detalhes. “Aqui tem muita briga de turmas”, acrescentou o cabo Souza. A vida de João não era totalmente conhecida pela família, conforme disse a tia.

Assalto

Um assalto ao mercado Santana, na área de invasão Chico Mendes, vizinha à Vila Ajambi, terminou em tiroteio, por volta das 20h45. Os assaltantes foram expulsos do estabelecimento a bala e, de acordo com informações da PM, foram ouvidos vários tiros na Rua Campina Grande do Sul. Pouco depois, a polícia e o Siate foram chamados para atender um rapaz baleado no braço, na barriga e nas costas. “Ele foi reconhecido como um dos assaltantes”, esclareceu o policial. O ferido, identificado como Daniel Rodrigues Santos, foi levado em estado grave para o Hospital Cajuru.

Segundo a polícia, ele teria vindo de Florianópolis há uma semana e estava na casa de conhecidos, onde foi atendido pelo Siate. Não se sabe se foi o proprietário do mercado, os seguranças ou os clientes que reagiram ao ataque. “Quando chegamos lá, a porta estava fechada e ninguém nos atendeu”, lamentou o cabo Souza. O policial queria que alguma das vítimas do assalto pudesse reconhecer João. “Não podemos afirmar que ele seja um dos assaltantes, mas é uma coincidência muito grande”, supôs.

A hipótese levantada pelo PM é de que, na reação das vítimas ao assalto, cada um dos assaltantes correu para um lado. “Ele pode ter sido perseguido até aqui”, comentou. Mas, pela falta de informações nada pôde ser esclarecido.

Investigação

O delegado Wallace de Oliveira Brito informou que há possibilidade de os casos estarem relacionados. O depoimento de Daniel, que continua hospitalizado, deverá esclarecer o assunto. O delegado disse que na manhã de ontem foram ouvidos os proprietários do mercado assaltado, alguns clientes e funcionários. “Todos negaram ter atirado durante a fuga dos assaltantes”, explicou o policial. Isso leva a crer que houve uma briga pela divisão do produto roubado e que resultou nos disparos. Do mercado foram levados aproximadamente mil reais. Nenhuma arma foi apreendida pela polícia.

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