Vingança pode estar por trás da morte do pedreiro Fábio Rodrigues de Souza, 27 anos, executado com vários tiros, na manhã de ontem, logo após sair de casa para comprar leite na panificadora.
O crime foi cometido na Rua Adão Teles Maciel, onde morava, no Jardim Gramados, em Almirante Tamandaré. Segundo a polícia, Fábio era investigado por homicídio e tinha duas passagens por porte ilegal de arma.
Vizinhos contaram que ele era usuário de crack e, recentemente, envolveu-se numa briga de bar. Há cinco meses, Fábio sofreu um atentado. Desafetos invadiram o terreno onde ele morava e atiraram. Por pouco a mãe do jovem não ficou ferida. O pedreiro teria delatado um dos autores dos disparos, que foi preso. Por conta disso, a polícia não descarta que ele foi assassinado por vingança.
Filhos
Enquanto a família da vítima esperava a chegada do Instituto Médico-Legal (IML) para retirar o corpo coberto com um lençol, a filha de 4 anos de Fábio brincava na frente de casa, a poucos metros do pai morto.
Prestes a dar à luz, a esposa de da vítima contou que, cerca de meia hora antes de ir à padaria, o marido foi chamado no portão por um amigo. Eles conversaram e o pedreiro voltou a dormir. Por volta de 9h30, Fábio saiu para comprar leite.
“Vizinhos disseram ter escutado uma sequência de cinco tiros. Em seguida mais dois e o último. Provavelmente o autor do crime é algum conhecido dele”, contou o investigador Elberto Ristow, da delegacia de Almirante Tamandaré.
A perita Clarice, do Instituto de Criminalística, disse que os tiros atingiram a vítima no pescoço, cabeça e costas, onde tinha tatuado o herói de histórias em quadrinho Wolverine. “Só exames no Instituto Médico-Legal poderão confirmar quantos disparos o atingiram”, disse a perita. Foi recolhida uma cápsula de pistola 380.
Moto
Para os soldados Pepler e Costa, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, testemunhas revelaram que o condutor de uma motocicleta preta procurava pela vítima e que seria o provável autor do crime. Para a polícia, o caso pode ter ligação com a delação dos autores do atentado.
“Nem dormia de medo. Levantava as 4h, imaginando que os atiradores estavam chegando”, contou uma vizinha. Ela disse que um dos tiros atingiu a cama da mãe de Fábio, quando ela dormia.