O delegado de Almirante Tamandaré, Marcelo Lemes de Oliveira, responsável pelas investigações da morte de Marcos, disse que ainda não tinha novidades sobre o caso. O policial, que assumiu a delegacia há aproximadamente um ano, também não sabia que Marcos era uma testemunha "chave" no caso das mulheres assassinadas, que ganhou repercussão nacional.
Denúncias
Em abril de 2002, quando o caso começou a ser esclarecido pela polícia, através de uma testemunha que procurou a Tribuna e relatou como funcionava a "máquina suja do crime" – que custou a morte de 21 mulheres e diversos homens – uma das vítimas era o empresário Carlins Proença da Rosa, também conhecido como "Silvio", que era pai de "Marquinhos". A bárbara execução de Carlins aconteceu às 5h do dia 24 de fevereiro de 2.002, na Rua Alberto Klausi, esquina com a Rua dos Papagaios, no bairro Tanguá, em Almirante Tamandaré. Na época, foi apurado que os autores seqüestraram Carlins, o obrigaram a tomar gasolina e depois incendiaram o seu carro, um Gol branco, com ele algemado ao volante.
Carlins era proprietário da boate Madrugada Chama Dois, em Almirante Tamandaré, onde apareceram três cheques de talonários roubados dias antes, da Empresa Ouro Fino, em Campo Largo. Por este motivo, ele foi convidado a comparecer na delegacia de Campo Largo e contou à polícia quem havia lhe repassado o cheque, fazendo com que investigadores chegassem a alguns integrantes do grupo de extermínio, envolvido com tráfico de drogas, assaltos e roubos de cargas. Pela revelação, Carlins foi assassinado.
Investigações
Também foi em abril que a delegada Vanessa Alice, designada para elucidar a seqüência intrigante e violenta de morte de mulheres em Almirante Tamandaré, descobriu que Carlins havia sido vítima da mesma quadrilha e convidou Marcos para depor. Para a surpresa de todos, o rapaz sabia tanto quanto o pai. Na época, ele foi ameaçado e chegou a ficar escondido durante meses. Temendo pela vida, ele só comparecia na delegacia para fornecer informações sobre o caso durante a madrugada. Após a prisão de vários integrantes do grupo, Marcos achou que já poderia se sentir seguro e voltou a residir e andar pelas ruas, mas se enganou e foi executado na noite de domingo.