A ousadia dos ladrões chegou a um estágio tal que é difícil diferenciar brincadeira de ameaça. Dois assaltos, ocorridos ontem e anteontem, mostram que os criminosos estão tão seguros da impunidade e que abusam da cara-de-pau.
Na segunda-feira, um assaltante foi preso após roubar uma panificadora na Rua Desembargador Cid Campelo, na Cidade Industrial. Sérgio Soares Rodrigues, 38 anos, tomou duas cervejas e levou R$ 70 sem sequer se dar ao trabalho de ir até o caixa. Horas depois, o homem foi preso por policiais militares do 13.º Batalhão.
Testemunhas contaram que Sérgio se sentou nas cadeiras colocadas na calçada da panificadora e pediu uma cerveja. “Ele levantou a camisa, mostrou o revólver que tinha na cintura e mandou a mulher pegar todo o dinheiro do caixa, colocar numa sacola e deixá-la ao lado da vitrine”, relatou o delegado Gerson Machado, do 11.º Distrito Policial (CIC).
Em seguida, tomou outra cerveja e ameaçou a balconista, dizendo que se chamasse a polícia, iria matar todo mundo. “Quanto terminou de beber, ele pegou a sacola com o dinheiro e se despediu, dizendo que estava tudo pago”, contou o delegado.
O folgado também não se preocupou em fugir. Policiais encontraram Sérgio perto da panificadora. Levado à delegacia, foi autuado em flagrante por roubo. Segundo a polícia, ele estava em liberdade provisória desde dezembro do ano passado. Tinha cumprido pena de seis anos e oito meses, também por roubo.
Bilhete
Por sua vez, a polícia de Araucária está atrás do ladrão que furtou objetos de uma residência, no bairro Santa Regina, e deixou um “recadinho carinhoso” para a vítima. O crime foi na tarde de segunda-feira, na Rua Eduardo Dudek.
O marginal arrombou a porta da casa, furtou um aparelho de DVD e um notebook, além de documentos da filha da proprietária. Tentou levar outro computador, mas não conseguiu carregá-lo.
Antes de ir embora, o ladrão escreveu um recado para a vítima: “Não deu pra leva gata! Beijo” e ainda desenhou pequenos corações no bilhete. Também fez ameaças, dizendo que sabe quem são as vítimas e que não era para chamar a polícia.
