Assaltos a ônibus diminuem em Curitiba e aumentam na RMC

Enquanto toda Curitiba registra cinco assaltos a coletivos por dia, só a região da Vila Zumbi, em Colombo, registra 10.

A revelação é de João Carlos Mesquita, coordenador do Setor de Controle e Prevenção de Assaltos, do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). Foi na Vila Zumbi, dentro de um dos coletivos que faz a linha metropolitana, que o soldado Marcelino David Kais, 47 anos, policial militar do 12.º Batalhão, morreu tentando defender passageiros de um assalto, no último domingo.

Mesquita afirmou que em Curitiba diminuiu em 70% o número de roubos a coletivos nos últimos três anos.

?A Polícia Militar, em específico policiais do serviço reservado, tem realizado um bom trabalho em Curitiba. Porém, os bandidos migraram para a região metropolitana?, explicou o coordenador.

Colombo, assim como os municípios de Pinhais, Almirante Tamandaré, Fazenda Rio Grande e Campo Largo preocupam o Sindimoc por serem os principais locais de ataques contra cobradores, motoristas e passageiros. Desde 1.º de janeiro deste ano, até ontem, o Sindimoc registrou quase 3 mil assaltos a coletivos e a estações-tubo em Curitiba e região. ?Sabemos que a polícia não tem condições de estar nas mais de 300 estações-tubo e nos cerca de 2.600 ônibus que circulam diariamente, mas sabemos quais os pontos mais críticos e mantemos a polícia informada das ocorrências?, contou o coordenador.

O Sindimoc dá cursos a seus associados, justamente para ensinar-lhes como agir em situações de roubo.

O sindicato ainda possui panfletos, constantemente distribuído aos sindicalizados, reforçando dicas de segurança.

?Desde 2003 temos um projeto voltado à segurança de motoristas e cobradores, em parceria com a polícia?, reforça Mesquita.

Saúde

Estresse, depressão, síndrome do pânico.

Esta e outras doenças acabam se manifestando em profissionais do transporte, devido às adversidades a que estão expostos durante o trabalho. Do total de profissionais que pedem afastamento por problemas de saúde, Mesquita revela que há uma porcentagem pequena dos que foram vítimas de assaltos.

Faltam testemunhas

Valéria Biembengut

Nenhuma testemunha do latrocínio que vitimou o soldado Marcelino David Kais, 47 anos, foi até a delegacia de Pinhais para confirmar se os dois rapazes que foram presos, ou os dois que foram mortos durante o confronto com a PM participaram do roubo.

?Depois que o policial foi morto todos desapareceram. A delegacia de Pinhais está providenciando o reconhecimento. Se for positivo, vamos indiciar as pessoas que forem apontadas como autores?, explicou o delegado Hamilton Cordeiro da Paz, titular da delegacia do Alto Maracanã, responsável pelas investigações.

Investigações

O superintendente da delegacia de Pinhais, Valdir Bicudo, contou que ontem, no Instituto Médico Legal (IML), foi reconhecido um dos rapazes mortos durante o confronto com a Polícia Militar. ?Trata-se de Anderson Board, 24 anos, e o apelido dele é ?Rato?. Ele estava em liberdade condicional?, disse Bicudo. ?Ainda não temos certeza que ele participou do latrocínio, mas era uma pessoa perigosa?, afirmou o superintendente. Além de Anderson, foi morto no confronto Sidnei Augusto de Lima, o ?Banana?, 24 anos. Marcelo de Brito, 29, e Eder Balbino dos Santos, 21, foram presos e autuados em flagrante por tráfico de drogas, formação de quadrilha e porte ilegal de arma.

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