Insegurança

Assaltos a ônibus de turismo são cada vez mais comuns

Já não é mais seguro viajar para fazer turismo e compras na região de fronteira e em outros estados cujos municípios são famosos por seus artesanatos, roupas e produtos que atraem os turistas. O delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial de Maringá, Osnildo Carneiro Lemes, conta que os criminosos ligam para as agências de turismo para obter informações sobre as viagens e, a partir daí, planejam os roubos.

“É comum ter dentro do ônibus um passageiro que é membro da quadrilha. As agências não percebem e dão informação, supondo que quem ligou é um comprista ou turista interessado na viagem”, avisa o delegado.

Ele calcula que somente no Norte, Nordeste e Noroeste do Estado já ocorreram 18 roubos de ônibus de turismo este ano. Os assaltos ocorrem nas principais rodovias de ligação do Paraná com Foz do Iguaçu e com o estado de São Paulo.

Segundo o delegado, os principais pontos de roubos de ônibus de turismo estão localizados nos municípios de Engenheiro Beltrão, Sertanópolis e Campo Mourão. No último final de semana, um ônibus de turismo foi assaltado em Engenheiro Beltrão, no Noroeste do Estado, e os ladrões levaram cerca de R$ 100 mil dos passageiros.

Abordagem

O delegado Leme explica que a abordagem dos ladrões nas rodovias acontece normalmente de madrugada. Eles utilizam veículos roubados, geralmente um para a abordagem e outro para a fuga, ou simulam blitz da polícia. “Eles usam uniformes parecidos com os da Polícia Rodoviária Federal”, diz o delegado.

Após a abordagem, os ladrões desviam o ônibus para estradas vicinais, de terra, e que geralmente não são vigiadas pela polícia. “Os bandidos tiram os veículos do campo de visão dos policiais rodoviários”, explica o delegado.

Depois de render os passageiros, que são despojados de seus pertences, os ladrões, muitas vezes, os colocam nus ou com roupas íntimas dentro dos bagageiros dos ônibus. Conforme as investigações do delegado, os assaltantes abordam os passageiros que vão e não os que voltam das compras.

“O que eles querem é dinheiro. A muamba pode ensejar uma prisão em flagrante e dinheiro não. Além disso, com a muamba eles teriam de arrumar compradores e isso aumenta o risco de serem pegos”, afirma o delegado.

Ele ressalta que quando ocorrer o assalto na estrada é importante fazer o boletim de ocorrência na Polícia Civil, mesmo que haja atendimento da Polícia Rodoviária Federal. Graças aos boletins de ocorrência, o delegado diz que já identificou 14 integrantes de várias quadrilhas.

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