A tensão aumentou muito entre os
moradores nesta semana, depois do
assalto na agência do banco Bradesco.

Moradores e comerciantes do bairro Juvevê, nas proximidades da Rua João Gualberto, em Curitiba, estão reclamando veementemente da falta de segurança na região. Assaltos freqüentes estão assustando os moradores, que pedem uma atenção especial da polícia. Muitos comerciantes do local foram assaltados pelo menos uma vez nos últimos meses. A tensão aumentou nesta semana, com mais uma ação criminosa na região.

A tentativa de assalto ocorreu por volta das 11h da última terça-feira, quando três homens armados entraram na agência do banco Bradesco e anunciaram o assalto. José Roberto dos Anjos, segurança do banco, de 37 anos, reagiu atirando. Imediatamente, os assaltantes revidaram. A ação dos assaltantes foi facilitada porque a agência não possui porta com detector de metais. Apesar de toda a confusão, nada foi roubado, mas três pessoas ficaram feridas. Ana Cristina Santos, de 25 anos, uma das pessoas baleadas durante o tiroteio, morreu na sexta-feira. Segundo a assessoria do Hospital Universitário Cajuru, onde a jovem estava internada, ela não resistiu aos ferimentos. Ana Cristina foi submetida ainda na terça-feira a uma laparotomia (cirurgia de exploração da região abdominal) que durou cerca de oito horas. Ficou constatado que houve rompimento da veia aorta. Além dela, outras três pessoas ficaram feridas.

O aposentado Nicolas Mouchbahami, de 65 anos, morador da região, se mostrou revoltado com toda a situação. Para ele, a falta de segurança no local já acontece há muito tempo. “Vivo aqui há vários anos e sempre vejo pessoas sendo assaltadas. O comércio também sofre com a falta de um policiamento mais ostensivo. E, mesmo com o assalto do banco, o policiamento da região continua quase nulo”, diz.

Lucilene Vieira Arruda, de 29 anos, caixa de uma perfumaria, admite que o número de assaltos na região vem aumentando constantemente. “Vejo quase todo dia as pessoas serem assaltadas em frente aos tubos de ônibus. Os donos das lojas da região também vivem reclamando do perigo”, afirma.

Francisco Moraes é dono de uma lotérica e vive com medo de um possível assalto. Segundo ele, a grande maioria dos estabelecimentos da região já sofreu um assalto. “Graças a Deus ainda não aconteceu comigo, mas a maioria das pessoas que trabalha aqui na rua já teve esse problema. É complicado, porque você trabalha com o medo e a qualquer momento pode ser assaltado”, explica.

O dono de bar Ricardo Tokio Doi já foi assaltado duas vezes. Ele alega que a falta de um posto policial na região, ou de uma ronda policial, acaba aumentando as chances de assalto. “Já fui até o 4.º Distrito Policial, que é o mais perto daqui, e fiz dois boletins de ocorrência. Por enquanto nada está resolvido. As investigações continuam. Fui assaltado em dezembro e agora, este mês novamente. Precisamos urgentemente de uma maior proteção policial”, afirma Ricardo.

Fabiana Rigloski, de 20 anos, que trabalha em uma revenda de aparelhos celulares, aceitou o emprego na região porque os funcionários antigos pediram para sair. “Já assaltaram várias vezes o pessoal que trabalhava aqui. Faz apenas uma semana que cheguei e já ouvi reclamações da maioria dos comerciantes”, ressalta.

Sem resposta

A reportagem de O Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), para falar sobre o assunto. A assessoria informou, porém, que só vai se pronunciar sobre o caso amanhã.

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