Jackson e Luciano iam desmanchar o Santana que haviam tomado em assalto. |
Uma perseguição policial, que envolveu várias viaturas e até o helicóptero Gralha Azul, da PM, conseguiu impedir o desmanche de um Santana tomado em assalto, no final da tarde de ontem. Os acusados Jackson Braga, 19 anos, e Luciano Rodrigues, 20, foram detidos graças ao bloqueio na BR-476 (antiga 116), próximo ao viaduto da BR-277, no Jardim Botânico. Jackson assumiu o delito, mas Luciano negou que tenha participado do assalto. Os dois foram encaminhados à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
Tudo começou quando um homem estacionou o carro para comprar pão, em uma panificadora da Rua Coronel José Luis dos Santos, Xaxim. Quando retornava ao veículo, onde estavam a esposa, o bebê de 9 meses, e a sogra foi surpreendido pelo cano de um revólver. “Ele pedia a chave e eu disse que estava na ignição. Então ele pegou minha carteira e o outro a bolsa de minha sogra”, relatou a vítima, aliviada por sua família não ter sido levada como refém. “Eu iria precisar de meus documentos para preencher uma vaga em uma empresa. Ainda bem que os recuperei”, disse.
Perseguição
Uma testemunha do assalto avisou a Polícia Militar e a partir do alerta, as viaturas passaram a procurar o Santana bordô. Os assaltantes pegaram a BR-476, em direção a Santa Cândida, sendo acompanhados do alto pelo helicóptero da PM e por terra de viaturas do 13.o BPM e Regimento de Polícia Montada. Vindos de um bloqueio realizado na Rua 1.o de Maio, Vila São Pedro, um comboio do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito), trafegava pela mesma rodovia rumo ao Detran.
Os soldados ouviram o alerta pelo rádio e o caminhão guincho foi atravessado na BR, bloqueando o trânsito e prendendo os assaltantes em um engarrafamento. “Eles saíram, cada um para um lado”, contou o soldado Carazzai, do BPTran. Ele e seu colega soldado Domingues começaram a perseguir Jackson. “Ele atirou para trás, mas depois deixou cair a arma para pular o muro do Centro Politécnico”, descreveu o PM, mostrando um revólver, calibre 38, com a numeração raspada. Jackson negou que tivesse atirado, depois de ser detido já no Prado Velho, pelos soldados Myzynski e Vidal do mesmo batalhão. Luciano correu para outro lado, em direção ao Jardim Botânico, pela BR-277, e foi detido pelos soldados Antônio e Halana, do 13.o BPM.
Desmanche
Jackson confessou que pegara o veículo para tirar-lhe as rodas e que combinara a ação com o colega. Luciano, pelo contrário, disse ter apanhado apenas uma carona com o rapaz. “Mal entrei no Santana, ele me mandou sair porque o carro era roubado”, relatou, afirmando não ter nada a ver com o assalto. Luciano disse trabalhar como borracheiro e morar no Conjunto Palmeira, Xaxim. Jackson disse morar com os pais, em Santa Cândida, para onde levaria o carro. Sobre a arma, justificou tê-la comprado para defesa, mas não se lembrava onde a comprara, nem quanto pagara pelo revólver. Os dois já contam com passagens pela polícia: Luciano por receptação e Jackson por furto, segundo suas declarações.