Motoqueiros atiraram primeiro para depois levar o dinheiro da empresária, que tinha acabado de sair do banco. |
A empresária Taciana Ábila, 27 anos, foi estupidamente assassinada dentro de seu carro no início da tarde de ontem por assaltantes. A vítima tinha acabado de sair do banco e portava consigo, no momento do crime, uma maleta com aproximadamente R$ 100 mil que foram levados pelos marginais. Nem mesmo a presença de um segurança particular que a acompanhava inibiu a ação dos dois matadores. Mais uma vez o assalto foi cometido por uma dupla usando uma motocicleta, fato que está se tornando corriqueiro na cidade.
Morte
Por volta das 13h, a empresária entrou no banco Itaú, agência Bacacheri (Avenida Erasto Gaertner) para fazer alguns pagamentos e retirar dinheiro. Saiu do banco carregando R$ 99 mil, devidamente acompanhada pelo seu segurança e motorista, Gerson. Desconfiando de que estava sendo vigiada e como carregava uma grande quantia, solicitou aos vigilantes do banco que “cuidassem” dela até que entrasse em seu veículo, um Honda Civic. Antes, porém, Taciana comentou com Gerson que tinha achado estranha a atitude de dois homens que estavam em uma motocicleta Honda CBX 500, parada próxima ao seu carro.
Mesmo assim, partiu com destino a sua casa, que fica no mesmo bairro.
Taciana foi dirigindo o Honda e o segurança no banco do passageiro segurando a maleta com dinheiro. Pelo vidro retrovisor, a empresária novamente teve a impressão de estar sendo seguida, desta vez por um Gol verde. Para tentar despistar os supostos “seguidores”, ela passou em frente ao seu prédio, na Rua Leon Salum, mas não parou, dando mais uma volta na quadra. Quando dobrou a esquina, o Gol seguiu reto e ela então se acalmou. Dirigiu o carro até o seu prédio, parou em frente ao portão e acionou o controle remoto para abri-lo. Inesperadamente, surgiu a motocicleta CBX de cor azul ou cinza com dois indivíduos que, sem falar nenhuma palavra, dispararam contra a empresária. Ela foi atingida por dois tiros e ficou gravemente ferida, caída no banco do motorista.
Um dos assaltantes pegou sua arma e deu um golpe no vidro ao lado da vítima, estilhaçando-o. Em seguida, o marginal ordenou para que o segurança passasse a maleta com dinheiro. Os dois motoqueiros fugiram tomando rumo ignorado.
Taciana foi encaminhada para o Hospital Cajuru pelo seu segurança, mas morreu cerca de meia hora após dar entrada.
Investigação
O crime de latrocínio está sendo investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos. O delegado Hormínio de Paula informou que este tipo de caso é difícil de ser investigado, principalmente porque os assaltantes estavam com capacetes e agem de maneira rápida, sem dar chance as vítimas para que consigam detalhar descrições. “Temos dificuldades sim, mas estamos trabalhando nestes casos de roubos com motocicletas. Eles estão ocorrendo há algum tempo e já temos indícios”, relatou o delegado.
Ele ressaltou a importância da participação da população no auxílio à polícia. “Nós trabalhamos com informações e por isso quem tiver dados para nos repassar que entre em contato com a delegacia através do telefone. As informações serão averiguadas”, disse o policial. O telefone da Delegacia de Furtos e Roubos é 262-2800.
Alerta
Hormínio repassou à imprensa a idéia de como os roubos acontecem. Segundo Hormínio, neste caso uma quadrilha especializada deve estar atuando. Eles colocam uma pessoa dentro das agências que funcionam como “olheiros”. Essa pessoas prestam atenção na movimentação de clientes dentro do banco, principalmente quando se dirigem à tesouraria. É neste local que são entregues aos clientes valores de saques superiores a três mil reais.
O “olheiro” guarda as características da vítima e as repassa para uma outra equipe de marginais que está do lado de fora do banco. Depois disso, a equipe externa segue o “alvo” e pratica o roubo. Normalmente, as pessoas envolvidas no sistema de espionagem se alternam para não serem facilmente identificadas.
Diante de toda essa estratégia adotada pelos marginais, o delegado Hormínio pede o máximo de atenção às pessoas que têm necessidade de circular com grandes quantias e que realizam saques bancários altos. Para ele, esse hábito de retirar grandes quantias do banco deve ser evitado. “Os clientes devem buscar alternativas para não sair das agências com muito dinheiro, principalmente empresários que precisem fazer pagamentos. Eles devem preferir realizar o pagamento com cheques, cartões magnéticos ou utilizar transferências eletrônicas, através da internet”, contou. Outra forma seria retirar o dinheiro em dias alternados. “É uma forma mais trabalhosa, mas é mais segura”, lembrou.