Assaltantes invadem loja e fazem 11 reféns

Tentativa de assalto frustrada, por pouco não teve um final trágico na tarde de ontem no Juvevê. Por volta de 12h50, dois assaltantes armados invadiram a loja de produtos infantis Baby Kids, na Rua Augusto Stresser, quase esquina com a Rua Almirante Tamandaré. Eles mantiveram 11 reféns até as 14h55, quando se entregaram e foram levados para a Delegacia de Furtos e Roubos, onde foram autuados em flagrante.

Jessé Leonino Galdino, 21 anos, e Anderson Marques de Jesus, 23, ambos com passagens pela polícia, contaram que já haviam planejado o roubo no domingo, depois de saírem de um jogo, no Estádio Couto Pereira. “A gente viu a loja e já acertamos que iríamos voltar para fazer o roubo”, contou Jessé, sem demonstrar algum tipo de arrependimento.

Vizinho

Os dois entraram na loja e mandaram que os funcionários entrassem. Alguns vizinhos, percebendo a movimentação estranha, chamaram a polícia. Logo em seguida, o Comando de Operações Especiais (COE), a Companhia de Choque, além de policiais do Grupo Tigre e da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) cercaram a quadra.

De acordo com o capitão Luiz Marcelo Maziero, os dois se intimidaram com a presença da polícia e resolveram levar a ação adiante. “O trabalho de negociação durou pelo menos duas horas. Eles pediam a presença de uma rede de TV e um advogado”, relatou.

Livres

Aos poucos, os reféns foram libertados. Os primeiros foram os jardineiros Ismael e Laureci e a copeira Rosineide, que foram levados pelo Siate para o Pronto-Atendimento do Boa Vista, para serem atendidos.

“Eles estavam tensos e com a pressão alterada”, contou o socorrista Wellington. Às 14h55, aconteceu a rendição e os dois, com as mãos para cima, abandonaram o prédio e foram levados para a DFR. Os reféns foram atendidos pelo Siate.

O delegado Luiz Carlos de Oliveira disse que o caso não está encerrado. “Obtivemos a informação que havia um terceiro assaltante e que houve facilitação de alguém da loja para que eles praticassem o crime. Tudo isso será investigado”, contou.

Ladrões com medo da morte

Na DFR, Anderson disse que só manteve os funcionários reféns porque ficou com medo de morrer. “Conversei com as pessoas que estavam na loja e, a todo instante, disse que o que a gente queria era sair vivo, e que, se a polícia garantisse a nossa integridade, tudo ia acabar bem, tanto que fomos liberando as pessoas conforme a gente ia negociando”, defendeu-se.

Os dois disseram que não têm medo da cadeia e que vão cumprir o que a Justiça determinar. “A gente só não se livra da morte. Da cadeia, um dia a gente sai”, completou Anderson.

O delegado Luiz Carlos avaliou os dois como de alta periculosidade. “Eles souberam entrar no estabelecimento e, depois, na hora da negociação, sabiam exatamente o que queriam. Ladrão que entra em residência ou em um ponto comercial armado é bandido perigoso”, afirmou o delegado.

Desculpas

Jessé, que já foi preso por porte ilegal de arma, alegou que, depois que teve o nome incluído no cadastro da polícia, nunca mais conseguiu emprego fixo. “As pessoas têm receio de dar oportunidade.”

Da mesma forma, Anderson, que estava em liberdade provisória depois de ter ficado preso por roubo, também se disse um excluído da sociedade. “Estava precisando de dinheiro e não arrumava emprego. Resolvi voltar para o crime”, alegou.

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