O confronto entre policiais militares e professores no Centro Cívico no dia 29 de abril acabou em arremate final nesta sexta-feira (08). Depois do secretário da Educação e do Comandante da Polícia Militar, o secretário da Segurança Fernando Francischini sai do cargo. O novo secretário será Wagner Mesquita, comandante do setor de inteligência da polícia.

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Os boatos de que Francischini sairia do cargo começaram na quarta-feira (06), depois que uma carta enviada pelo então comandante-geral, Cesar Vinícius Kogut, na terça-feira (05) ao governador, se tornou pública e agravou ainda mais a crise. Apesar de todos os comentários, Beto Richa teria lhe dado a garantia de que ele permaneceria, apesar da pressão para a saída.

A carta funcionou como resposta às declarações de Francischini, em coletiva de imprensa, que atribuiu a violência desencadeada no protesto do dia 29 de abril à PM. Kogut, que entregou o cargo nesta quinta-feira (07), afirmou que Francischini “foi alertado inúmeras vezes pelo comando da tropa e pelo Comandante-Geral sobre os possíveis desdobramentos durante a ação”. Francischini, por meio de nota, diz ter sido “mal interpretado em alguns pontos”.

Publicação irritou governador e deu o que falar. Foto: Reprodução.

Desabafo

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Para piorar ainda mais os boatos e complicar a situação do então secretário da Segurança, um desabafo feito pela esposa de Francischini no Facebook irritou o governador e ganhou grande repercussão. “Um bom político trabalha e age por si só, não depende de homens sujos, covardes, que não honram as calças que vestem e precisam agir sempre em grupo, ou melhor quadrilha”, dizia o post de Flavia Francischini, que foi apagado horas depois.

Fernando Francischini foi reeleito como deputado federal com 160 mil votos e assumiu o cargo de secretário da Segurança em janeiro. Enquanto esteve sob o comando da Sesp, chegou a divulgar que os números de homicídios caíram 17% nestes primeiros três meses de 2015.

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Após polêmica envolvendo a postura da Polícia Militar no protesto dos professores, Francischini teria ainda respondido os boatos de que a bancada no governo teria ‘pedido a cabeça’ dizendo que dependia de Beto Richa. “Tenho que me acostumar com as críticas, porque elas acontecerão sempre. Quanto a minha função, cabe ao governador. Ele quem decide o que fará, mas os índices de criminalidade já foram divulgados e mostramos que diminuíram”, defendeu na época.

De acordo com o secretário, ele exercia a função mais complicada e mais difícil do estado neste momento. “Lidar com presídio e com as demais situações, como o que aconteceu na manifestação, é algo que deve ser muito bem trabalhado”, disse.

Mudanças

Na quarta-feira (06), o governador nomeou a professora Ana Seres Trento Comim como nova secretária de Educação, que substitui Fernando Xavier Ferreira. Já para o lugar do então coronel Kogut foi nomeado, interinamente, o coronel Carlos Alberto Bührer.

Carta

Ainda na manhã desta sexta-feira (08), o ex-secretário enviou uma carta ao governador Beto Richa na qual comentou sobre alguns aspectos de sua gestão frente à pasta e reafirmou o apoi,o à ação da PM no episódio de violência contra os professores no último dia 29 de abril.

“Assumindo novamente e publicamente todas as minhas responsabilidades, na atuação policial nas últimas operações, apoiando o trabalho da tropa. No entanto, ressalto que mesmo com as reações adversas, continuo defendendo uma apuração rigorosa tanto da polícia quanto do Ministério Público para que ao final a verdade prevaleça”, disse no texto.

Francischini comentou ainda que esperava uma “investigação rigorosa” sobre a o caso.

Wagner Mesquita é o novo secretário. Foto: Aliocha Maurício.